Os mais ricos da China perderam 13 mil milhões de dólares num só dia

1

Jolanda Flubacher / World Economic Forum

O fundador do Alibaba, Jack Ma

As 13 pessoas mais ricas da China perderam cerca de 12,7 mil milhões de dólares em apenas um dia, após uma enorme liquidação que levou as ações de Hong Kong a atingirem mínimos históricos de 14 anos.

Em causa está a eleição para um terceiro mandato no poder de Xi Jinping, após ter sido reconduzido por cinco anos como secretário-geral do Partido Comunista Chinês.

A votação à porta fechada, após o encerramento do 20.º Congresso do PCC, em Pequim, confirmou a quebra da tradição política das últimas décadas, nas quais o líder chinês apenas servia dois mandatos.

O fundador e CEO da Tencent, Pony Ma, foi quem saiu mais prejudicado, com o seu património líquido a cair 2,5 mil milhões de dólares para um total 24 mil milhões, segundo a Bloomberg. A Tencent, listada em Hong Kong, fechou a segunda-feira com perdas de 11% na bolsa.

O fundador da Alibaba, Jack Ma, perdeu 1,2 mil milhões de dólares, reduzindo o seu património para 29 mil milhões. Richard Liu, da JD.com, viu o seu património líquido cair em 1,3 mil milhões de dólares, para 9 mil milhões.

Zhong Shanshan, o chinês mais rico do mundo, viu o seu património líquido cair 2,1 mil milhões de dólares para 60 mil milhões. As suas principais empresas, Nongfu Spring e Wantai, registaram uma forte queda na bolsa.

Segundo a Business Insider, os preços das ações das empresas chinesas estão sob pressão desde 2021. Uma das razões é a política chinesa de “prosperidade comum”, um conceito comunista de que os ricos devem partilhar a sua riqueza com os pobres para criar uma sociedade mais igualitária.

“Os investidores estão preocupados que o presidente Xi agora tenha mais voz na direção das políticas, com a nova equipa de liderança cercada pelos seus leais”, escreveu Yeap Jun Rong, estrategista de mercado da IG, uma plataforma de negociação online.

“Isto sugere que podemos esperar mais um status quo nas políticas económicas, o que significa ancorar ainda mais a política de zero covid da China e mais passos em direção à agenda de ‘prosperidade comum'”, escreve ainda o especialista.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.