Mais de 200 mergulhadores prosseguem as buscas no rio Yangtze, tentando encontrar sobreviventes do maior naufrágio na China em quase 70 anos, enquanto o número de mortos confirmados subiu esta quinta-feira para 65.
Equipas de salvamento perfuraram o casco do navio em duas zonas e ao início da manhã estavam a abrir um terceiro buraco para facilitar as buscas subaquáticas, numa corrida contra o tempo e em águas bastante turvas.
O acidente, envolvendo um barco de cruzeiro com 456 pessoas a bordo, ocorreu na segunda-feira à noite, na sequência de um tornado.
O navio navegava há três dias de Nanjing para Chongqing, um dos mais populares percursos turísticos do rio Yangtze. A maioria dos passageiros tem mais de 60 anos de idade.
Durante a última noite, foram encontrados 39 corpos, elevando para 65 o total de mortos confirmados, mas às 8h desta quinta-feira (1h em Lisboa), o número de pessoas salvas mantinha-se nos 14 e mais de 370 continuavam desaparecidas.
Uma das pessoas resgatadas pelos mergulhadores foi uma mulher de 65 anos.
Um homem de 43 anos, empregado de uma agência de viagens, salvou-se com a ajuda de uma salva-vidas, mas a esmagadora maioria dos passageiros e dos tripulantes não terá tido tempo para isso.
Atingido por ventos que sopravam a mais de 110 quilómetros à hora, o barco – com quatro andares e 76 metros de comprimento – virou-se no espaço de apenas um ou dois minutos.
“Foi tão rápido que o capitão nem teve tempo de dar sinal de alerta”, disse Wang Yangsheng, funcionário superior do Centro de Socorro Marítimo de Yuegang, citado pela agência Xinhua.
Cerca de 130 embarcações estão envolvidas nas operações de busca e salvamento.
O pior acidente do género na China ocorreu em 1948, quando um navio a vapor se incendiou no rio Huangpu, o afluente do Yangtze que atravessa Xangai, matando mais de mil pessoas.
/Lusa