Encontrada a mais antiga vítima de homicídio da Europa

Museu Arqueológico Nacional, Madrid

Crânio do século III a.C. encontrado em Ullastret, Girona

Investigadores encontraram aquele que acreditam ser o caso de homicídio mais antigo da Europa, há mais de 30 mil anos.

É difícil determinar com precisão a mais antiga vítima de homicídio na Europa, pois muitos casos antigos foram perdidos ao longo do tempo.

No entanto, um dos casos mais antigos conhecidos é o Homem de Tollund, que foi encontrado num pântano na Dinamarca em 1950.

O Homem de Tollund é uma múmia bem preservada, que foi datada de cerca de 400 a.C. Foi morto por enforcamento e depois colocado no pântano. Acredita-se que tenha sido um sacrifício ritual, em vez de uma vítima de assassinato.

Outro caso antigo de homicídio é o corpo mumificado de Ötzi, o Homem de Gelo, que foi encontrado nas montanhas do Tirol em 1991. Ötzi viveu há cerca de 5.000 anos e foi morto por uma flecha.

Uma equipa de investigadores encontrou agora aquele que acredita ser o mais antigo caso de homicídio na Europa. Os seus restos mortais foram encontrados na caverna Cro-Magnon, em Vézère Valley, no sudoeste de França. Os Cro-Magnon são os restos fósseis de Homo sapiens mais antigos conhecidos na Europa.

Os restos mortais dos oito indivíduos da caverna teriam entre 31.000 e 33.000 anos. Por isso, estima-se que a vítima deste homicídio também rondasse essa idade.

O crânio deste indivíduo presumivelmente assassinado provavelmente foi batido com um objeto contundente, como um machado de pedra. O pior é que o trauma dificilmente o matou instantaneamente. Segundo o Ancient Origins, os cientistas acreditam que pode ter demorado um mês inteiro até que morresse.

O crânio tinha um defeito que indica que a pessoa sofreu uma lesão traumática antes da morte, sobrevivendo durante algum tempo.

A localização do golpe sugere que tenha havido violência, de acordo com o estudo publicado na revista The Journal of Human Evolution.

Análises anteriores deixaram os investigadores divididos. Uns acreditavam que a lesão foi sofrida antes da morte, enquanto outros suspeitam que tenha sido post-mortem.

No entanto, com recurso a TACs foi possível fazer uma reconstrução do crânio em 3D. Os resultados sugerem que o crânio provavelmente foi danificado pouco antes de o indivíduo morrer.

Assim, os investigadores concluíram que a lesão foi provavelmente causada por um golpe violento e não por uma pancada acidental na cabeça.

“O defeito tem a aparência de um trauma penetrante de força contundente”, escrevem os autores, explicando que o objeto não era afiado como as ferramentas e armas de metal. “Talvez se possa suspeitar de um machado de pedra”.

Daniel Costa, ZAP //

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