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Costa visitou a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos: atrasada, mal desenhada e mal explicada

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Mário Cruz / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa

A linha Évora – Elvas já teve três cerimónias de lançamento, está atrasada quase dois anos, foi mal desenhada e mal explicada.

As obras da construção da linha Évora – Elvas foram visitadas, esta terça-feira, pelo primeiro-ministro António Costa. O investimento de 480 milhões de euros promete ser a maior obra ferroviária dos últimos 100 anos, com uma extensão de 90 quilómetros, dos quais 70 estão preparados para velocidades de 250 km/h.

O plano de investimentos Ferrovia 2020 previa que a empreitada devia estar concluída em setembro de 2019. Embora já tenha tido três cerimónias de lançamento — em 5 de março de 2018, em 11 de fevereiro e em 4 novembro de 2019 —, ainda está em construção.

Nesta última cerimónia, em todos os discursos ouvidos, frisou-se que esta é a maior linha férrea dos últimos 100 anos. As expectativas estão em alta, mas o atraso na sua conclusão não é o único problema.

O jornal Público escreve que esta “é uma obra mal desenhada porque resultou de uma revisão em baixa entre aquilo que era para ser um troço da linha de alta velocidade Lisboa – Madrid e passou a ser um troço da linha Sines – Badajoz para mercadorias”.

Começou com o TGV de José Sócrates, foi adaptada a linha de mercadorias pelo Governo de Pedro Passos Coelho e está agora perto do seu lançamento nas mãos de António Costa.

A nova linha ignora a estação de Elvas, comprometendo o serviço de passageiros. Isto porque obriga o comboio a perder até 15 minutos para ir à estação e inverter a marcha para retomar a linha principal.

Além disso, a chamada Zona dos Mármores vai ter a linha de mercadorias a atravessar o território dos seus concelhos sem contemplar um terminal de mercadorias. Assim, o transporte dos mármores continuará a ser feito em camiões.

Esta é também uma linha mal explicada, diz o Público. Embora tenha sido apresentada para mercadorias, consegue atingir velocidades de 250 km/h porque o seu traçado era o mesmo do vulgo “TGV de Sócrates”.

ZAP //

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4 Comments

  1. Acabem com cerimonias inúteis de lançamentos de 1a pedra e inaugurações e façam apenas as coisas funcionar.Anunciem aimplesmente que as coisas já funcionam, quando for esse o caso. Teriam mais credibilidade…

  2. Tudo a condizer com os governantes, incompetência a rodos! Possivelmente quando entrar ao serviço já será uma obra fora de tempo desatualizada em vários setores entre os quais a velocidade, no entanto, vai servindo para alimentar a gabarolice deste governante!

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