A mãe de um jornalista norte-americano que desapareceu na Síria, em 2012, pediu ajuda à Casa Branca, esta segunda-feira, para conseguir a sua libertação, alegando que um ou mais altos funcionários bloquearam conversas com o Governo de Damasco.
Numa conferência de imprensa para falar sobre a situação do seu filho, Debra Tice disse que acredita que o Governo sírio estaria disposto a conversar com Washington desde 2014, mas que o Governo norte-americano não conduziu essas negociações.
“Há um alto funcionário do Governo dos EUA que duvida ou estagna”, disse a progenitora, citada pela Swissinfo, recusando-se a dar mais detalhes sobre se é a mesma pessoa que negociava na administração do ex-Presidente Barack Obama.
Em reação a estas declarações, o Departamento de Estado norte-americano disse apenas que continua a trabalhar na libertação de Austin Tice, fotojornalista que desapareceu na Síria em 2012.
De acordo com o mesmo portal suíço, Debra Tice afirmou que, durante uma das suas visitas à Síria, em 2014, recebeu uma mensagem do Governo de Damasco a informar que apenas consideraria negociar com “um funcionário com o cargo apropriado” e que desde então pressiona Washington para aceitar a oferta.
A mãe deste fotojornalista, que trabalhou como freelancer para órgãos de comunicação como o jornal Washington Post e agência AFP, disse ainda acreditar que Donald Trump quer ajudar na libertação do seu filho e espera, por isso, que este discuta o seu caso no discurso do Estado da União, que vai acontecer na próxima semana.
De acordo com o Washington Examiner, Tice, de 38 anos, entrou ilegalmente na Síria para documentar a guerra civil no país. O norte-americano pretendia sair em agosto de 2012, mas foi detido num posto de controlo.
Cinco semanas depois, um vídeo intitulado “Austin Tice ainda está vivo” foi publicado num site pró-Governo da Síria. O vídeo mostrava o fotojornalista de olhos vendados e a ser forçado a recitar uma oração dita pelos muçulmanos antes de morrer.