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Maduro denuncia “boicote mundial” contra as eleições parlamentares

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Cristian Hernandez / Lusa

Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, denunciou na segunda-feira um “boicote mundial” às eleições parlamentares marcadas para 06 de dezembro e pediu aos seus simpatizantes que lutem para garantir a vitória.

“Estamos a enfrentar um boicote mundial contra as eleições parlamentares constitucionais na Venezuela (…), querem sabotar as eleições na Venezuela”, disse.

Nicolás Maduro falava durante uma videoconferência com dirigentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), transmitida pela televisão estatal venezuelana.

“Um terrorista como Simonovis [Iván, ex-polícia que fugiu da prisão domiciliária] disse que haveria ataques terroristas na Venezuela. Elliot Abrams [político norte-americano] disse que eliminariam Maduro antes de dezembro”, explicou.

Nicolás Maduro pediu aos dirigentes do seu partido e simpatizantes que estejam alerta, alegando que o “imperialismo” norte-americano pretende boicotar o direito dos venezuelanos a votar e eleger novos deputados para o parlamento.

“Temos de sair, para combater o boicote, nas ruas”, instou.

Por outro lado, anunciou que a Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime, após a vitória da maioria opositora nas eleições parlamentares de 2015), estará a funcionar até ao próximo mês de dezembro.

Nicolás Maduro anunciou que 107 partidos, entre nacionais e regionais, já inscreveram os seus candidatos às eleições.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela iniciou no dia 10 de agosto o período de apresentação das candidaturas, que vai decorrer até quarta-feira, podendo candidatar-se 107 organizações políticas, 30 delas de caráter nacional.

No entanto, 27 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), já anunciaram que não vão participar nas legislativas, que antecipam ser “uma fraude”.

Segundo o registo preliminar eleitoral, estão recenseados mais de 20 milhões (20.733.941) dos 32 milhões de venezuelanos. Neste sufrágio, os venezuelanos vão eleger 277 deputados.

As eleições legislativas anteriores realizaram-se em 06 de dezembro de 2015, tendo sido eleitos 167 deputados.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a afirmar que é da oposição.

// Lusa

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3 Comments

  1. Este é outro… Nunca vai admitir uma derrota nas urnas. Eu nunca defendi o golpe de estado do Guaidó porque é pior a emenda que o soneto. Mal ou bem o Maduro ganhou as eleições e tem bastante apoio popular. Quem apoia o golpe de estado do Guaidó, apenas o faz porque gostava de ver no poder um agjo da sua cor política, mas Guaidó não tem qualquer legitimidade sem ir a votos nas próximas eleições. Maduro é que nunca vai querer sair por sufrágio e aí, teremos um problema… Mas até novas eleições, Maduro está no poder com legitimidade democrática. Houve inúmeros observadores internacionais a corroborar a legitimidade das eleições.

    • “Maduro ganhou as eleições e tem bastante apoio popular.”

      Ó homem… algo vai mal na sua cabeça. Apoio popular?! Deve estar a falar dos milhões de Venezuelanos que tiveram de abandonar a sua pátria. E só não saíram mais porque os países vizinhos barraram as entradas. O amigo precisa de olhar mais por si.

    • Está completamente enganado, por favor informe-se. Nas últimas eleições parlamentares (2015), a oposição venceu de forma esmagadora (112 lugares, contra 55 do partido do Maduro). E o que fez o Maduro? Criou um parlamento só com apoiantes dele, ignorando todas as decisões do parlamento democraticamente eleito. Sabendo que na eleição presidencial seguinte iria ser corrido de forma ainda mais esmagadora, o que fez Maduro? Impediu essa mesma oposição de participar nas eleições presidenciais de 2018! E até os fantoches que concorreram contra o Maduro não aceitaram o resultado destas eleições, com suspeitas de fraude massiva. Estas mesmas eleições, que você afirma terem dado “legitimidade democrática” foram aceites por “democracias plenas” tais como China, Cuba, Irão, Egipto, Russia, Síria e Turquia.
      Cumprimentos.

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