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Madrugador ou notívago? Ciência sugere que existem outros dois tipos de pessoas

Um novo estudo sugere que, para além das pessoas madrugadoras e notívagas, existem outras duas categorias de pessoas que se encaixam em algum lugar entre ambas.

No início do século XX, o psiquiatra alemão Emil Kraepelin observou um curioso padrão nos seus pacientes: uns gostavam de se levantar e ir para a cama cedo, outros eram mais produtivos se ficassem acordados até tarde e dormissem mais na manhã seguinte.

O influente investigador e os seus alunos foram os primeiros a descrever aquilo que agora é um conceito universal: existem pessoas madrugadoras e pessoas notívagas, duas preferências que atualmente se dão pelo nome de “cronotipos”. Mas, agora, um novo estudo sugere que existem pelo menos mais dois, avança o Science Alert.

Enquanto que a maioria das pessoas se enquadra nos dois lados deste espectro, a nova investigação identificou outras duas categorias que se encaixam em algum lugar entre ambas.

Os chamados afternoon-ers são geralmente sonolentos durante a manhã e durante a tarde, com o seu estado de alerta a atingir o pico entre o meio-dia e o final da tarde. Do outro lado estão os nappers, normalmente sonolentos entre as 11h00 e as 15h00, estando portanto bem acordados durante as manhãs e os finais da tarde.

Existem diversas investigações que já abordam esta teoria, todos com resultados que mostram diferenças significativas entre estes “cronotipos”. No entanto, o novo estudo, publicado na revista científica Personality and Individual Differences, difere na medida em que encontra esses padrões antes de os participantes serem categorizados (e sem aplicar escalas separadas de manhã e à noite).

Os resultados foram obtidos através das respostas de 1.305 pessoas, a grande maioria das quais eram do sexo feminino e relativamente jovens. Além disso, cada uma das questões pressupunha uma noite de sono normal e as 07h30 como a hora de acordar.

Dando acesso a informações pessoais e profissionais, os participantes responderam a um questionário projetado para determinar a preferência básica de uma pessoa pela manhã e/ou tarde, o seu ritmo circadiano, a sua qualidade de sono e o seu estado de alerta em horários aleatórios (numa escala de “extremamente sonolento” a “extremamente alerta”).

“É possível reconhecer de forma inequívoca a divisão dos participantes do estudo em manhã, noite e mais dois tipos“, escrevem os autores.

Embora outros psicólogos já tenham observado um outro cronotipo “hiper-alerta”, que dura o dia inteiro, este novo estudo não encontrou evidências nesse sentido. De acordo com os autores, “nas sociedades pós-industriais, a maioria das pessoas enquadra-se num dos quatro cronotipos distintos mencionados, com apenas 30% dos participantes a evitar a categorização”, lê-se no Science Alert.

Esta investigação parece, por si só, revolucionária, porém, vem acompanhada de algumas limitações e reservas como, por exemplo, a ausência de dados para comparar a sonolência subjetiva e objetiva ou a representação desigual de idade e género.

Por isso, os investigadores admitem que será necessária pesquisa mais aprofundada no futuro para verificar estes quatro cronotipos e perceber quais os fatores biológicos, genéticos, psicossociais ou ambientais que podem influenciar o seu desenvolvimento.

ZAP //

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