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“Made in Vietnam”. China acusada de usar etiquetas falsas para evitar tarifas dos EUA

O Vietname acusa a China de falsificar as etiquetas dos seus produtos para evitar as taxas alfandegárias norte-americanas.

Xi Jinping tem o objetivo ambicioso de transformar a certificação “Made in China” de um sinónimo de fabricação barata e de baixa qualidade para um símbolo de orgulho nacional até 2025. Mas a guerra comercial entre o país e os Estados Unidos tem dificultado a sua missão, forçando alguns exportadores a abandonarem completamente esse rótulo de forma a evitar as tarifas ao entrar nas fronteiras norte-americanas.

Recentemente, o Governo do Vietname acusou a China de estar a rotular intencionalmente como “Made in Vietnam” as etiquetas dos seus produtos para contornar as tarifas impostas por Washington.

Além disso, o Vietname alegou que alguns exportadores chineses reencaminharam ilegalmente pedidos para o país desde que o Governo de Donald Trump aumentou as taxas alfandegárias dos produtos chineses, de 10% para 25%.

Alegadamente, o esquema das empresas chinesas baseava-se em exportar os produtos para o Vietname e, lá, alterar as etiquetas para “Made in Vietnam”. Só depois os produtos seriam então exportados para os Estados Unidos, Europa e Japão.

Hong Thi Thuy, um responsável do Departamento das alfândegas, afirmou à empresa estatal que “dezenas” de produtos foram adulterados. Segundo Thuy, a maior parte dos produtos fraudulentos são da indústria têxtil, da pesca, agrícolas, aço e alumínio.

De acordo com o Observer, acredita-se que este esquema de etiquetagem falsa seja parcialmente responsável ​​pelo aumento dramático na exportação do Vietname para os Estados Unidos nos últimos tempos.

Como resposta, o Vietname vai reforçar a fiscalização para evitar este tipo de fraude. No entanto, o país não tem regulamentação específica para a certificação de produtos fabricados dentro do seu território, pelo que vê esta situação como um “risco”, uma vez que colocaria a indústria sob alvo de sanções norte-americanas.

A disputa implacável entre os Estados Unidos e a China começou no ano passado, quando Washington impôs tarifas de até 25% sobre as importações chinesas de aço e alumínio. Para Donald Trump, a balança de negócios com a China estava desequilibrada a favor dos asiáticos.

A tensão escalou recentemente quando Trump proibiu a chinesa Huawei de operar nos Estados Unidos sob acusação de “espionagem industrial”. Para solucionar esta guerra comercial, ambos os países terão de alcançar um acordo.

LM, ZAP //

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