Esta terça-feira, Emmanuel Macron visitou as instalações de uma linha nacional francesa de apoio às vítimas de violência doméstica, mas deparou-se com uma situação que não esperava.
Este ano, pelo menos 100 mulheres francesas foram mortas, por parceiros atuais ou antigos, vítimas de violência doméstica. Consternado com este número, o Presidente francês fez uma visita às instalações da linha de apoio e observou de perto o trabalho dos operadores.
Uma mulher de 57 anos telefonou, dizendo que o seu marido a tinha ameaçado de morte depois de vários anos de intensos abusos dentro de quatro paredes. A francesa estava na esquadra da polícia e apresentava uma queixa. No entanto, com medo que o marido a matasse, pediu à polícia que a acompanhasse a casa para recuperar os seus pertences. Mas a polícia recusou e, por isso, recorreu à linha de apoio.
– Eles têm de ajudar as pessoas em perigo – insistia o operador que, em seguida, pediu à mulher que passasse o telemóvel ao polícia que a atendia na esquadra.
Enquanto a mulher denunciava o episódio ao operador, Macron ouvia em silêncio toda a situação, enquanto abanava a cabeça, notavelmente aborrecido, descreve o The Guardian.
Durante a chamada, que durou cerca de 15 minutos, o operador insistia constantemente para que a polícia no local fizesse alguma coisa. O agente recusou, alegando que precisaria de uma ordem judicial para acompanhar a mulher até casa. Algo que, segundo o matutino, não é verdade.
A chamada telefónica terminou sem que nada tivesse sido feito. Já com o telefonema desligado, Emmanuel Macron questionou se episódios como este são constantes. “Sim, e é cada vez mais comum”, respondeu o operador, que trabalha ali há mais de 20 anos.
O caso está a ser investigado. O polícia que recusou ajuda à francesa já foi identificado e vai ser alvo de um inquérito da Gendarmerie, a polícia militar francesa.
Em Portugal é igual. Tem que haver esquadras específicas para a Violência doméstica com polícias especializados no atendimento às vitimas., e depois toda uma rede de ajuda, casas de acolhimento, assistentes sociais etc.