Macron amplia vantagem depois do debate televisivo

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Eric Feferberg / EPA

Os candidatos Marine Le Pen e Emmanuel Macron no último debate televisivo antes das eleições presidenciais

Os candidatos Marine Le Pen e Emmanuel Macron no último debate televisivo antes das eleições presidenciais

O candidato centrista às presidenciais francesas ampliou a vantagem sobre a candidata da extrema-direita, depois do debate televisivo desta quarta-feira, segundo sondagens publicadas esta sexta, último dia da campanha.

Numa sondagem para a BFM TV, realizada na quinta-feira, o dia seguinte ao debate televisivo, Emmanuel Macron reuniu 62% das intenções de voto, mais três pontos percentuais do que na última terça.

Um tal resultado traduz o voto no candidato centrista dos 24% que votaram nele na primeira volta, de quase metade (45%) dos que votaram no candidato da direita, François Fillon, mais de metade (54%) dos que votaram no candidato da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, e quase dois terços (72%) dos que apoiaram o socialista Benoît Hamon.

Marine Le Pen, que na primeira volta obteve 21,3%, obteve nesta sondagem 38% das intenções de voto, graças ao voto de um terço (32%) dos eleitores que a 23 de abril optaram por Fillon, 14% dos de Mélenchon e 7% dos de Hamon.

Noutra sondagem, apresentada pela televisão pública, Macron obteve 61,5% dos votos, um aumento de 2,5% em relação ao princípio da semana.

Ambas preveem uma diminuição da afluência às urnas em relação à primeira volta: na primeira, a participação prevista é de 68%, menos dez pontos percentuais que a 23 de abril, e na segunda de 76%.

O debate televisivo de quarta-feira, visto por cerca de 16,5 milhões de telespetadores, foi considerado por vários comentadores “um pugilato verbal sem precedente”.

A candidata da extrema-direita chegou a insinuar que o rival tem atualmente uma conta offshore nas Bahamas, informação que começou a surgir em alguns sites de notícias falsas. Macron rejeitou de imediato essa acusação e, esta sexta-feira, o candidato anunciou que vai processá-la por difamação.

Le Pen, que perdeu o debate televisivo segundo as sondagens, continua a não ter vida fácil. Depois de, nesta quinta-feira, ter sido recebida com ovos e insultos numa visita surpresa a a Dol-de-Bretagne, a candidata foi hoje recebida com vaias na Catedral do Reims, tendo mesmo de abandonar o local por uma porta lateral.

Amnistia Internacional alerta para “propostas perigosas”

A Amnistia Internacional quebrou hoje a reserva em matéria eleitoral para alertar para as “propostas perigosas para os direitos humanos”, em matéria de asilo, liberdades e igualdade, da candidata às presidenciais francesas Marine Le Pen.

“Considerar que certos seres humanos têm menos direitos que outros é espezinhar a própria ideia dos direitos fundamentais universais”, afirmou, em comunicado, a presidente da Amnistia em França, Camille Blanc.

Blanc sublinha que a organização, “fiel ao seu caráter não partidário, nunca na sua história apelou ao voto a favor ou contra um candidato”, mas considera ter “um dever de alerta” quando os direitos humanos são ameaçados.

Antes da primeira volta, que se realizou a 23 de abril, a Amnistia enviou a todos os candidatos dez compromissos com os direitos humanos, pedindo-lhes que os subscrevessem.

Emmanuel Macron, candidato independente centrista, pronunciou-se a favor de nove dos dez compromissos, mas Le Pen não respondeu à interpelação.

No comunicado hoje divulgado, a Amnistia apela aos eleitores que tenham consciência do impacto da eleição nos direitos humanos, não apenas em França, como “potencialmente europeu e internacional”, dada nomeadamente a participação de França na União Europeia, Conselho da Europa e Nações Unidas.

A organização considera que as propostas de Macron, sendo positivas, precisam de clarificação, mas, em relação a Le Pen, a Amnistia considera terem sido feitas durante a campanha “propostas perigosas”, “nomeadamente em matéria de asilo, de liberdades e de igualdade no acesso aos direitos”.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Por que Macron vai ganhar a eleição? Isso acelerará o retorno da Rússia. (Daniel 11:29a) Macron é um cavalo de Troia para a UE. Le Pen não vai lutar com Varsóvia e Budapeste.

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