MOHAMMED SABER/EPA
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Omer Shem Tov, luso-israelita libertado este sábado pelo Hamas.
Salvo pela asma, Omer já tem a comida da avó à sua espera, no hospital. É um de cinco reféns já libertados este sábado pelo Hamas. Ainda deve ser libertado um sexto.
O Hamas entregou este sábado mais cinco reféns israelitas à Cruz Vermelha, incluindo o luso-israelita Omer Shem Tov., jovem de 21 anos raptado no festival de música onde aconteceu o ataque de 7 de outubro de 2023.
O luso-israelita protagonizou um momento insólito: foi visto a beijar os raptores no momento da libertação.
How more evil can they become?
Forcing a hostage to kiss a terrorist.
Omer Shem Tov was held hostage by these monsters for 505 days. pic.twitter.com/goOT1kHWqw
— Era Gigman (@idan_bg) February 22, 2025
A avó de Shem Tov, Sara, era a pessoa presente mais feliz esta manhã: “Omer, minha alegria! Minha vida”, gritou, quando o viu.
A senhora disse ainda à emissora Kan que preparou folhas de videira recheadas para levar para o hospital onde o neto, empregado de mesa e DJ em part-time, será tratado. Shem terá dito que sentia falta delas enquanto vivia como refém, durante os passados 505 dias, na Faixa de Gaza.
“A coisa que mais espero é um grande abraço e beijos”, disse a outra avó do luso-israelita, Jacqueline, segundo o The Times of Israel: “tenho estado sempre à espera, com orações e fé”.
Durante o rapto, Omer partilhou a sua localização em tempo real com a família, que o acompanhou na entrada forçada no território de Gaza sem o poder ajudar, avança a imprensa israelita. Mais tarde nesse dia, o Hamas já partilhava um vídeo em que Omar podia ser visto amarrado ao amigo, Itai, numa carrinha.
“O meu filho é um jovem de 21 anos. Estou à espera do seu abraço, estou à espera de entrar no seu quarto de manhã e vê-lo a dormir, de lhe acariciar o cabelo e de lhe dar um beijo de bom dia. Estou à espera que cante alto no duche, que abra a porta depois de um dia de trabalho e me diga ‘Mamo, cheguei’, que me dê um abraço e três beijos na cara. À espera que me faça rir. À espera que se sente e me fale de coisas que está a pensar e sobre as quais quer conselhos”, disse a mãe, na altura do rapto.
Omer foi libertado mais cedo que outros, alegadamente, por razões humanitárias: sofre de asma e tem tido grandes dificuldades respiratórias em cativeiro. O seu quarto espera-o.
Omer Shem Tov’s bedroom in Herzliya, is frozen in time, the way it was on Oct. 7th when he was kidnapped.
The lights remain on, laundry sits in the basket, his Torah books and sneakers speak of his passions and personality.
Omer is finally coming home tomorrow, he will… pic.twitter.com/vnBbGcZHL5
— Embassy of Israel to the USA (@IsraelinUSA) February 21, 2025
5 de 6 reféns libertados
Além do refém com nacionalidade luso-israelita, foram libertados Omer Wenkert e Eliya Cohen. Os três homens na casa dos 20 anos foram levados por homens armados do Hamas, de cara encoberta, para um estrado, perante centenas de palestinianos, na cidade central de Nuseirat. Estavam vestidos com uniformes falsos do Exército, apesar de não serem soldados quando foram raptados, descreve a agência de notícias Associated Press (AP).
Shem Tov e Wenkert sorriram e acenaram à multidão. Ao verem a libertação, a família e amigos de Cohen em Israel, cantaram “Eliya! Eliya! Eliya!” e aplaudiram quando o viram pela primeira vez.
Os três rapazes foram colocados pela Cruz Vermelha em veículos e seguiram para Israel. Cohen, Shem Tov e Wenkert foram sequestrados por guerrilheiros do Hamas no festival que desencadeou uma forte incursão militar israelita em Gaza.
No início da manhã, dois outros reféns foram libertados na cidade de Rafah, em Gaza. Um sexto refém, com 36 anos, Hesham al-Sayed, deverá também ser libertado, separadamente, ainda este sábado.
Após mais de 15 meses de guerra, que fizeram pelo menos 48.208 mortos e mais de 111 mil feridos, as partes em conflito alcançaram em meados de janeiro um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro e previa a troca de 33 reféns israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas por centenas de palestinianos encarcerados em prisões de Israel.
O Hamas disse estar “pronto” para a segunda fase do cessar-fogo.
Tomás Guimarães // Lusa
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Eu também beijava se tivesse uma arma apontada para mim…