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Livros encadernados com cocaína valiam mais de 30 mil euros

Tiago Henrique Marques / Lusa

Dois livros foram apreendidos este mês pela Polícia Judiciária no aeroporto de Lisboa: estavam encadernados com cocaína na capa e na contracapa.

Vinham num voo da TAP proveniente de São Paulo e o homem que transportava os dois volumes, transportados na bagagem de mão, de uma coleção dedicada às grandes guerras mundiais acabou por ser apanhado, tal como o cúmplice a quem os entregou ainda no aeroporto, que se preparava para os levar para o Reino Unido nesse mesmo dia.

Ao todo, foi encadernado um quilo de cocaína, quantidade de estupefaciente que em Portugal valeria cerca de 30 mil euros, mas que no país de destino seria vendido por um valor ainda mais alto.

Os traficantes recorreram a uma técnica que consiste em impregnar o papel com o produto, método frequentemente usado também em peças de vestuário. Esta quantidade “seria suficiente para a composição de dezenas de milhar de doses individuais, caso chegasse aos circuitos ilícitos de distribuição”, refere um comunicado, citado pelo Público.

Apesar de se tratar de uma edição que já não é recente, os livros estavam embrulhados naquilo que parecia ser o celofane original. Quando os desembrulharam, os inspetores tiveram de desfazer parcialmente as capas para extraírem o produto.

Ambos de nacionalidade estrangeira, os homens têm 20 e 53 anos. O primeiro é segurança de profissão, enquanto o segundo é taxista. Ambos ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.

Mas a investigação ainda não terminou. “Estamos a tentar perceber a magnitude desta rede não só em Portugal como noutros países europeus”, explicou Rui Sousa, coordenador da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária.

Sobre o método, o mesmo responsável assinalou que não é inédito, mas também não é frequente: “Não é novo, mas há vários anos que não aparecia cocaína dissimulada em livros”. Apesar de ainda não terem sido feitos testes que permitam aquilatar do grau de pureza, os investigadores antecipam que será elevado, uma vez que terá origem num país vizinho do Brasil com produção de cocaína – Bolívia, Colômbia, Paraguai ou Chile.

ZAP //

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