Livre volta atrás e repõe regras na votação para as Europeias

Depois de muita polémica, o Livre repõe as regras para votação nas primárias do partido para as eleições Europeias de 9 de junho – voltando, assim, a ser abertas a qualquer cidadão que se inscreva no processo eleitoral.

Esta terça-feira, o Livre havia restringido o voto na segunda volta das primárias para as eleições europeias a apenas membros e apoiantes, por considerar que existiram “fortes indícios de viciação” do processo por cidadãos que não integram o partido.

Este sufrágio é aberto não só aos membros e apoiantes do partido, como também a qualquer cidadão comum.

Apesar de não haver suspeitas de fraude eleitoral, há desconfiança em relação à vitória de Francisco Paupério. O candidato conseguiu 3.560,23 pontos e venceu Filipa Pinto, que ficou com 2.183,69 pontos.

No sistema eleitoral interno do Livre pode-se votar em vários candidatos. Mas, entre todos os votos que Francisco conseguiu, mais de metade (52%) estavam num boletim em que os eleitores só escolheram o seu nome.

“É a primeira vez que surge um candidato com um número excessivo de votos únicos (quando o eleitor escolhe apenas um candidato). É um número excessivo em comparação com outras primárias e em comparação com os restantes candidatos desta eleição”, explica a Comissão Eleitoral.

E, ainda neste contexto, destacou-se outro número: 185 votos únicos foram de pessoas que não são membros do partido: apenas 4 votos únicos surgiram dentro do partido. Esses 185 votos únicos correspondem a 39% de todos os votos de inscritos para estas eleições.

Desconfiança caiu por terra

Mas, no mesmo dia, o Livre voltou atrás na polémica decisão.

O Conselho de Jurisdição do Livre decidiu, à noite, reverter a restrição do direito de voto na segunda volta das primárias para as europeias a apenas membros.

Esta decisão foi tomada pela Comissão de Ética e Arbitragem, que integra a Jurisdição do partido, que determinou que “a segunda volta das primárias devem permitir o voto não só de membros e apoiantes, mas também daqueles que se inscreveram no processo eleitoral, nos termos previstos no Regulamento de Primárias do Livre”.

O órgão interno deliberou que, neste caso, “não foram apuradas quaisquer condutas concretas que traduzam uma viciação do processo eleitoral”.

Os resultados da primeira volta foram conhecidos no passado dia 11 de abril e passaram seis candidatos à segunda volta.

Em primeiro lugar, com 3560,23 pontos, ficou Francisco Paupério, membro do partido e mestre em biologia computacional. Em segundo lugar, com 2183,69 pontos ficou a dirigente Filipa Pinto, ‘número dois’ pelo Porto nas legislativas, e em terceiro, com 1508,11 pontos, o dirigente Carlos Teixeira, candidato por Lisboa nas ultimas eleições para a Assembleia da República.

Em quarto lugar ficou a investigadora Mafalda Dâmaso, de seguida o chefe de gabinete do Livre na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, e por último, Inês Pires, que foi cabeça-de-lista por Leiria nas últimas legislativas.

A votação para a segunda volta entre seis candidatos decorre até quinta-feira.

ZAP // Lusa

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