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Lisboa avança com testagem em massa. Braga pode recuar no desconfinamento

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Mahmoud Khaled / EPA

Lisboa vai avançar com um programa de testagem em massa devido ao recente aumento da transmissibilidade e da incidência. Braga pode recuar no desconfinamento.

Com o recente aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Governo já admitiu que vai avançar com a testagem massiva, a vacinação, o rastreamento e um reforço de ações ao nível da saúde pública.

“O aumento da transmissibilidade e da incidência, seja em que circunstâncias for, preocupa-nos, mas diria que é um sinal de alerta, não de alarme. É importante que isto fique bem definido. Mas, obviamente, que temos de fazer um reforço nas medidas e nas estruturas que nos permitam controlar a gestão de qualquer possibilidade de evolução da doença”, disse o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em entrevista ao Diário de Notícias.

De acordo com o Público, a ministra da Saúde, o secretário de Estado e Adjunto da Saúde, elementos do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, da Direção-Geral da Saúde, da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e da Câmara Municipal de Lisboa já se reuniram para debater a situação em Lisboa.

O reforço da testagem deverá arrancar já esta semana, escreve o jornal.

O Ministério da Saúde explicou que “esta testagem tem três parâmetros (dirigida, programada e oportunística) e segue as diretrizes da DGS e da task force da testagem”.

“Haverá uma intensificação da testagem em estabelecimentos de ensino secundário e superior“, informa o Ministério da Saúde.

Paralelamente, as residências universitárias e as empresas com mais de 250 trabalhadores serão um dos principais focos da testagem.

A SIC Notícias escreve ainda que o programa de testagem vai incidir sobretudo sobre as faixas etárias entre os 18 e os 40 anos, onde a taxa de incidência mais cresceu.

Os números em Lisboa disparam a seguir a 12 de maio, coincidindo com a festa do título do Sporting CP, havendo já 20 casos positivos relacionados com estes festejos.

Braga pode recuar no desconfinamento

Em Braga, o número de casos de covid-19 tem aumentado gradualmente, com quase 20 novas infeções por dia, o que pode levar a um passo atrás no desconfinamento. Em declarações à TSF, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, mostra-se preocupado e admite que a polícia tenha de ser mais interventiva.

“Temos relatos que, muitas vezes, imediatamente após a passagem da polícia, as pessoas voltam a adotar comportamentos menos adequados. Naturalmente que teremos que ter uma presença mais reforçada“, diz o autarca.

Ricardo Rio apela ainda a um “reforço dos cuidados”, sobretudo “nas estruturas académicas e no contexto empresarial”.

O minhoto congratulou ainda o comportamento dos adeptos do Sporting de Braga, que foram responsáveis nos festejos da conquista da Taça de Portugal, nesta noite de domingo.

“A adesão popular acabou por ser bastante responsável, houve algum ajuntamento de algumas centenas de pessoas, mas nada que se compare com aquilo que são os festejos tradicionais que estariam associados a uma conquista desta natureza”, salientou.

Enquanto em Lisboa vai ser introduzida a testagem em massa devido ao aumento de casos, Ricardo Rio considera que a medida não é necessária em Braga.

“Estão a ser rapidamente acionados os processos de testagem para poder destrinçar aqueles os casos já infetados de outros que pudessem ser focos de contágio. Essa não é uma medida que eu sinta uma necessidade premente na cidade de Braga”, admitiu.

Na última sexta-feira, Lisboa registava uma incidência de 118 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, pouco abaixo do limite de 120, critério que coloca um município em alerta.

Daniel Costa, ZAP //

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3 Comments

  1. mais uma vez se verifica que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem.
    Os numeros em Lisboa são altos logo programas de testagem massiva, vacinas, etc…
    No resto do pais concelhos regrediram e o que se verificou? nada…
    enfim…

    Vamos ver se quando se chegar aos 120 (espero que não se chegue lá) o governo tem “tomates” para regredir em termos de medidas Lisboa ou se só o faz à “paisagem” do resto do pais…

  2. E será que em Lisboa se vai fazer o que se fez noutros municípios do país, caso ultrapasse o limite de 120 infetados por 100 mil habitantes? Já ouvi dizer que poderão recuar freguesias e não a totalidade do concelho! Isso não faz qualquer sentido atendendo a que em Odemira, Montalegre e outros as situações também poderiam ser tratadas desse modo e não foram.

    • E foram, Odemira teve cercas por conselhos em pior situação.
      Faria sentido Lisboa, até pelo tamanho, ter algo semelhante, mas acho que nem isso.
      Se forem coerentes com o discurso do primeiro confinamento, já não faz sentido.
      O aumento de casos e como tal o Rt já não está relacionado com o números de internamentos, UCIs e mortes.
      Assim já não faz sentido criar medidas com alvo a aliviar o SNS quando este, por via das vacinas, já não está em stress

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