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Em Lisboa, andar de metro só com o telemóvel vai ser possível no próximo ano

Depois da entrada em vigor dos passes únicos com preço reduzido, a Área Metropolitana de Lisboa prepara-se agora para arranjar uma alternativa aos bilhetes em papel.

Será possível pagar e validar a entrada em todos os transportes públicos apenas com recurso ao telemóvel, sem ser necessário ter um título em papel, avança o Expresso.

Se tudo correr como o previsto, a medida — orçada em 21 milhões de euros — entrará em vigor até ao final do ano. Antes disso, Lisboa terá de proceder à substituição dos validadores de bilhetes nos autocarros, elétricos e estações de comboio, barco e metro.

O investimento, que será cofinanciado pela Comissão Europeia em 4,2 milhões de euros, cabendo o restante às operadoras, terá outras novidades. No telemóvel, será possível saber quanto chega o próximo transporte e, por exemplo, se vem cheio ou não.

“É uma modernização integral do sistema de bilhética que vai permitir às pessoas andar nos transportes públicos com base no telemóvel e com pagamento por cartão bancário integrado. Mas também lhes vai permitir receber informação em tempo real para saber se há algum serviço a falhar, a que horas vem o próximo autocarro e se vem cheio ou não”, explica Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa.

A entrada em vigor desde passe virtual não irá decretar, para já, a morte dos bilhetes em papel. Segundo o vereador da câmara lisboeta, “a diferença é que passa a haver um outro canal de acesso e com mais informação para o utilizador”, ou seja, usar o telemóvel será uma alternativa para os utentes.

O atual sistema está ultrapassado: “Quando foi lançado, era o mais evoluído do mundo. Mas isso foi em 1996. E agora é o sistema que mais viagens processa no país inteiro, com dois milhões de validações todos os dias.”

Esta transformação da bilhética na capital portuguesa só é possível porque, com a entrada em vigor do passe único, todas as operadoras de transportes da Grande Lisboa passaram a estar integradas. Carregar passes em bilheteira tem afastado potenciais utilizadores da rede de transportes públicos.

“Os inquéritos mostram que muitas pessoas, que não são utilizadoras dos transportes mas estão disponíveis para o ser, não sabem usar uma bilheteira e isso afasta-as dos transportes. É preciso remover essa barreira”, sustenta Miguel Gaspar.

O projeto, submetido à Comissão Europeia em 2018, é coordenado pela OTLIS, a entidade que agrega as empresas de transportes de Lisboa. Além da Carris, Metro, CP, TST (Transportes Sul do Tejo), Fertagus, Rodoviária do Tejo, Rodoviária de Lisboa, Metro Sul do Tejo e Scotturb (autocarros que servem Sintra, Cascais e Oeiras), também a EMEL está envolvida neste projeto.

O objetivo é que os sistemas de mobilidade — incluindo o estacionamento de automóveis e a partilha de bicicletas GIRA — estejam integrados numa mesma plataforma tecnológica. Desta forma, a mesma aplicação no telemóvel permitirá pagar o estacionamento do automóvel e a viagem num transporte público.

A ideia é que seja tão acessível usar um transporte público como apanhar um táxi ou um Uber. Miguel Gaspar fala até na possibilidade de, no futuro, serem criados novos passes combinados que associem os atuais ao uso de serviços de partilha de bicicletas e de estacionamento, por outros valores mensais a definir.

ZAP //

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