Limitação de mandatos deixa 35 concelhos "em risco" de mudar de partido

Há 35 concelhos em risco de mudar de partido nestas eleições autárquicas devido à lei da limitação de mandatos. Os partidos querem apostar forte nestas autarquias.

A limitação de mandatos impede que presidentes de câmaras municipais continuem a exercer funções na mesma autarquia ao fim de três mandatos consecutivos no poder. O autarca tem sempre a possibilidade de concorrer a outro município.

De acordo com o Diário de Notícias, há 35 concelhos “em risco” de mudar de partido nestas eleições autárquicas devido à lei da limitação de mandatos.

“Aqui [nas autarquias onde a lei impede a continuação do presidente de câmara] fazem-se as maiores maiores apostas, candidatos fortes para que não se perca a autarquia. São sempre considerados concelhos em risco. Se não o fizermos caímos na lógica das mudanças e isso pode afastar o partido, num cenário de derrota, da liderança de uma câmara por quatro, oito ou mesmo 12 anos”, disse o secretário-geral do PSD, José Silvano.

Em 2013, dos 160 municípios cujos autarcas “foram impedidos de procurar a reeleição no cargo”, pela imposição da lei de limitação de mandatos, em “107 verificou-se a continuidade” do partido político, revela um estudo citado pelo DN.

O estudo mostra que, nestes municípios, a população é envelhecida ou são jovens e adultos, mas têm uma forte ligação ao partido político.

Em 2017, a lei de limitação de mandatos autárquicos travou 41 recandidaturas, provocando mudanças em 17 autarquias: sete do PSD, cinco do PS, quatro do PCP e uma com liderança de independentes. Mesmo naquelas em que continuou o mesmo partido, houve uma quebra generalizada no apoio ao partido vencedor.

Os resultados do estudo mostram ainda que a perda de câmaras com a saída do presidente por limitação de mandato cresceu de 2013 (33%) para 2017 (41%).