Liga Portugal abre inquérito à SAD do Feirense

FPF

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol, Pedro Proença.

A Liga vai solicitar a abertura de um processo de inquérito ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), devido à ligação do detentor maioritário da SAD do Feirense a uma casa de apostas desportivas.

“Confrontada com a notícia do jornal Público, na edição desta segunda-feira, dia 3 de agosto de 2020, a Liga Portugal informa não ter conhecimento que qualquer membro dos Órgãos Sociais da SAD do CD Feirense seja proprietário de uma casa de apostas na Nigéria ou noutro lugar”, lê-se num comunicado publicado no site oficial do organismo.

A edição desta segunda-feira do diário avança que o milionário nigeriano Kunle Soname, detentor de 70% da SAD do Feirense, da II Liga, é igualmente dono de uma casa de apostas africana, algo que é incompatível de acordo com a lei portuguesa.

“Mais esclarece a Liga Portugal que o CD Feirense, segundo as participações qualificadas nas Sociedades Desportivas, publicadas nos termos da Lei no site da Liga Portugal, declarou que a sua SAD pertence em 29,82% ao clube fundador e 70% é da Travistock Global Resource, Lda., empresa cujo capital é dividido em duas parcelas. Uma de 80% é detida pelo Sr. Adebayo Tejuoso, e os restantes 20% pelo Sr. Fuad Akinsanuya, segundo a certidão entregue pelo CD Feirense, para os efeitos no disposto do ponto 5 dos Critérios Legais dos Pressupostos de Natureza Financeira, para a época 2020-21″, diz a mesma nota.

“Por desconhecer a existência de qualquer tipo de incompatibilidade associada a qualquer órgão social da administração da SAD (do Feirense), a Liga irá solicitar, de imediato, ao Conselho de Disciplina da FPF a abertura de um processo de inquérito para averiguar se existe qualquer matéria relevante do ponto de vista disciplinar”, conclui a LPFP.

Kunle Soname, de 54 anos, comprou a maioria da SAD do Feirense em 2015 e tornou-se responsável pelo futebol profissional do clube. O nigeriano foi o primeiro africano a comprar a maioria de um clube europeu.

O emblema de Santa Maria da Feira já esteve envolvido em suspeitas de match fixing (viciação de resultados). No dia 6 de fevereiro de 2017, no Feirense-Rio Ave, da 20.ª jornada da I Liga, o Placard e a Santa Casa suspenderam as apostas, já que apostadores chineses tentaram investir 50 mil e 100 mil euros neste encontro.

Posteriormente, o Ministério Público confirmou que quatro jogadores do Rio Ave (o guarda-redes Cássio e os defesas Marcelo, Roderick e Nadjack) foram constituídos arguidos por suspeitas de match fixing. Os então jogadores do Rio Ave terão aceitado milhares de euros para ajudarem a sua equipa a perder.

ZAP // Lusa

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