A opositora bielorrussa deu, esta terça-feira, um prazo ao Presidente do país para renunciar ao mandato presidencial, até 25 de outubro, caso contrário a oposição irá convocar uma manifestação de proporções inéditas e uma greve geral.
Numa mensagem publicada nas redes sociais e dirigida às autoridades bielorrussas, Svetlana Tikhanovskaya, que se encontra exilada na Lituânia, deu a Alexander Lukashenko um prazo de 13 dias para anunciar a sua renúncia, para acabar com a dispersão dos protestos no país e para libertar todos os “prisioneiros políticos”.
“Se as nossas reivindicações não forem atendidas até ao dia 25 de outubro, todo o país sairá às ruas de forma pacífica”, advertiu a opositora, avançando ainda que no dia seguinte, a 26 de outubro, “uma greve nacional em todas as atividades económicas terá início”.
“Todas as estradas serão bloqueadas, as vendas nas lojas vão entrar em colapso”, prosseguiu a líder da oposição.
“Temos dito várias vezes que estamos prontos para o diálogo e para negociações. Mas falar atrás das grades da prisão não é diálogo”, afirmou ainda Tikhanovskaya, denunciando o “terror do Estado” na Bielorrússia.
Na segunda-feira, o último membro do Conselho de Coordenação (formado pela oposição) que ainda estava na Bielorrússia e em liberdade, Serguei Dylevski, deixou o país por “temer pela sua segurança”, segundo os media locais.
No último fim-de-semana, o país assistiu àquela que terá sido a mais dura repressão policial em várias semanas de protestos. Mais de 700 pessoas foram detidas e a polícia usou jatos de água, granadas atordoantes e bastões para tentar dispersar os manifestantes.
Esta segunda-feira, o Ministério do Interior advertiu que a polícia irá recorrer, “se necessário”, a balas reais e a “equipamentos especiais” para travar os protestos, argumentando que a contestação está cada vez mais radicalizada.
No mesmo dia, os chefes da diplomacia da União Europeia acordaram em avançar com sanções contra o Presidente bielorrusso. Esta decisão surge depois de um primeiro pacote de medidas restritivas – incluindo limitações à circulação ou congelamento de bens e contas – que abrangeu cerca de 40 personalidades ligadas ao regime bielorrusso.
ZAP // Lusa