Líder de Hong Kong diz que princípio “um país, dois sistemas” pode manter-se após 2047

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A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam

A líder de Hong Kong disse esta quinta-feira que o princípio “um país, dois sistemas”, sob o qual a cidade beneficia de liberdades inexistentes na China, pode prolongar-se após 2047, se for mantida a lealdade a Pequim.

“Somente se insistirmos na implementação do princípio um país, dois sistemas e praticá-lo de forma contínua e completa, então acho que haverá justificação para que avance sem problemas e sem mudanças depois de 2047″, afirmou Lam.

As palavras de Carrie Lam no Conselho Legislativo [parlamento local] parecem ser um apelo à contenção daqueles que protestam contra o que designam de reforço de controlo de Pequim sobre a vida cívica, económica e política da região administrativa especial chinesa.

Hong Kong tem sido palco de protestos antigovernamentais violentos desde junho, embora recentemente tenham diminuído de intensidade. As manifestações iniciaram-se devido a um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental. Apesar de, entretanto, retirado, o projeto de lei deu origem a um movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.

Os protestos em Hong Kong têm sido marcados por violentos confrontos entre manifestantes e a polícia, que tem usado balas de borracha, gás pimenta e gás lacrimogéneo. A 1 de julho, alguns manifestantes chegaram a invadir o Parlamento.

O dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, foi um dos dias mais violentos desde o início das manifestações. Nesse dia, um estudante de 18 anos foi alvejado com balas reais. Dois dias antes, uma jornalista indonésia foi alvejada com uma bala de borracha no olho.

Esta semana, os partidos pró-democracia venceram pelo menos 388 dos 452 assentos, depois de não terem conseguido um único conselho nas últimas eleições locais, realizadas há quatro anos, enquanto os candidatos pró-Pequim caíram para 59.

À semelhança de Macau, para a antiga colónia britânica foi acordado um período de 50 anos após a transferência da soberania para a China, mantendo um elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, de acordo com a fórmula ‘um país, dois sistemas’.

ZAP // Lusa

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