O líder do Daesh, Abu Bakr al-Baghdadi, terá sido alvo de um golpe com vista à sua destituição por parte de combatentes estrangeiros, e está a oferecer uma recompensa a quem conseguir matar os responsáveis.
A tentativa de golpe, que acabaria por fracassar, terá acontecido numa aldeia perto de Hajin, localizada perto do Rio Eufrates, no leste do país, a 10 de janeiro, de acordo com o jornal britânico The Guardian.
É nessa região, na província síria de Deir-Zor, que o grupo terrorista se mantém – cerca de 500 combatentes – depois de ter perdido quase todos os seus territórios na Síria. Segundo os serviços secretos, o golpe terá levado a uma troca de tiros entre combatentes estrangeiros e os guarda-costas que acompanham Abu Bakr al-Baghdadi, o qual terá sido levado para uma zona de deserto nas imediações.
Dos responsáveis pelo golpe sabe-se apenas que terão sido combatentes estrangeiros mas o Estado Islâmico anunciou uma recompensa para quem matar Abu Muath al-Jazairi. Embora o combatente veterano não tenha sido acusado oficialmente, não é habitual oferecer uma recompensa pela morte de um seus membros mais antigos e portanto os serviços secretos acreditam que foi ele que organizou a tentativa de destituição.
Já havia rumores de alguma agitação e manobras suspeitas dentro do grupo terrorista, mas nada deixava antecipar um golpe como aquele que foi anunciado.
Segundo as autoridades iraquianas e os seus parceiros britânicos e norte-americanos, Abu Bakr al-Baghdadi passou recentemente algum tempo no último reduto do seu califado, onde os membros mais resistentes do grupo se juntaram após dois anos de batalhas perdidas.
Esta quinta-feira, a coligação internacional que combate os jihadistas anunciou que o Estado Islâmico controla, neste momento, menos de 1% do seu antigo território. Os combatentes estão agora encurralados pelas Forças Democráticas da Síria, grupo formado por curdos e árabes que deixará de ser apoiado pelos EUA, conforme anunciou Donald Trump recentemente.
Há jihadistas a “tentar misturar-se com mulheres e crianças que tentam fugir do conflito”. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, fugiram da última região ocupada pelo Estado Islâmico mais de 37 mil pessoas, nomeadamente familiares dos combatentes.