Líder da oposição russa detido em casa antes de protesto contra a corrupção

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varfolomeev / Flickr

O líder da oposição russa, Alexei Navalny, numa manifestação de apoio a prisioneiros políticos

O líder da oposição russa, Alexei Navalny, numa manifestação de apoio a prisioneiros políticos

O líder opositor russo, Alexei Navalny, organizador das manifestações de protesto contra a corrupção convocadas hoje na Rússia, foi detido à porta de casa, antes de poder dirigir-se ao protesto em Moscovo, informou a sua mulher.

“Saudações. Eu sou Yulia Navalnaya. Felicidade a todos pela festa (Dia da Rússia). Alexei foi preso à porta de casa. Pediu-me para transmitir que os planos não mudaram: Tverskaya”, escreveu a mulher, na conta do Twitter de Alexei Navalny.

Navalny mudou no domingo à noite o lugar do protesto em Moscovo, da zona em que havia sido autorizado pela autarquia da cidade para a região da rua Tverskaya, onde hoje têm lugar as celebrações pelo ‘Dia da Rússia'”, o que foi qualificado pelas autoridades como “uma provocação”.

Milhares de apoiantes de Nalvany estão a manifestar-se por toda a Rússia, tendo sido muitos presos em Moscovo, já que o local onde estavam a protestar estava interdito, informaram os meios de comunicação russos.

Esta é a segunda vaga de manifestações, depois de 26 de março, organizadas por Nalvany, que lidera uma campanha anti-corrupção na Internet e anunciou a intenção de desafiar o Presidente, Vladimir Putin, nas eleições presidenciais de 2018.

Segundo os medias locais, cerca de três mil pessoas juntaram-se em Novossibirsk, na Sibéria, e outras manifestações de menor dimensão ocorreram em Krasnoïask, Kazan, Tomsk, Vladivostok e outras cidades.

Em Moscovo, uma dezena de pessoas foram presas antes do início da manifestação prevista para às 14h00 locais (12h00 em Lisboa), segundo o site OVD Info.

O 12 de julho, “Dia da Rússia”, é comemorado em todo o país e lembra a independência em 1990, antes da dissolução oficial da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), sendo um feriado marcado por inúmeros eventos públicos, nomeadamente reconstituições históricas, assim como uma receção oferecida por Putin no Kremlin.

No dia 26 de março, várias centenas de pessoas foram presas na capital durante a maior manifestação antigovernamental em anos. Navalny passou 15 dias na prisão nesta altura.

// Lusa

1 Comment

  1. Eis um bom exemplo da democracia segundo Putin: manifestações sim, mas se forem a nosso favor; nas ruas, está bem, mas só nas que nós disponibilizarmos, e de preferência sem saída; prisão preventiva dos organizadores, mas por uma questão de respeitinho e para segurança de todos.
    Putin não vai em modas. É que com os modernismos dos opositores, a Rússia ainda acabava no regresso à “perestroika”. Era só o quer faltava!

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