Recorde sexagenário do Benfica destronado por Grimaldo e companhia (mas são boas notícias)

RONALD WITTEK/EPA

Novo empate ao cair do pano trouxe mais uma felicidade a Xabi Alonso e, apesar de perder um recorde intacto desde a altura de Eusébio, o Benfica sai contente. Mas qualquer cenário a 22 de maio dá um presente aos encarnados (com uma condição).

Com mais um empate alcançado nos descontos, nos 90+7, o Bayer Leverkusen quebrou o recorde de invencibilidade do Benfica: são 49 jogos seguidos sem perder para os comandados de Xabi Alonso.

Até à noite desta quinta-feira, eram os encarnados que detinham o recorde europeu: sob o comando do húngaro Lajos Czeiler e do romeno Elek Schwartz, o Benfica de Eusébio jogou 48 partidas seguidas sem uma única derrota, numa caminhada invencível que começou há mais de 60 anos (durou dois anos, de 1963 a 1965).

A equipa sensação a que o lateral-esquerdo e ex-Benfica Grimaldo — que até queria continuar a “Voar” com as “águias” — se juntou esta temporada voltou a marcar ao cair do pano, depois de estar a perder por 0-2 na disputa por uma presença na final da Liga Europa frente à Roma.

Ajuda valiosa para Schmidt

Se vencerem a Atalanta na final da Liga Europa, agendada para o dia 22 de maio, os alemães darão de mão beijada ao Benfica a entrada direta na fase de grupos da Liga dos Campeões, e os encarnados evitam assim a 3.ª pré-eliminatória e play-off a que se sujeitou ao ficar em segundo lugar no campeonato.

Caso os italianos se venham a sagrar vencedores da Liga Europa, ao vencerem o agora recordista Leverkusen, o Benfica ainda pode ter a mesma sorte, mas nesse cenário, a Atalanta tem de ficar entre os quatro primeiro classificados da Serie A — a três jogadas do fim do campeonato, está em 5.º lugar, a quatro pontos do quarto classificado Bolonha (mas com um jogo em atraso) e a seis da Juventus.

O recorde que parecia intacto

Foi com uma equipa recheada com Eusébio, Mário Coluna, José Torres, Simões ou José Augusto que o Benfica alcançou a proeza, numa corrida que começou na jornada 10 de 1963/64, na receção ao Lusitânia de Évora.

Com uma vitória por duas bolas a a zero, os golos de Iaúca e Pedras abriram caminho para a duradoura maré de eficácia, que só terminaria na época seguinte aos pés de uma equipa vizinha.

Depois de 24 jogos invictos até ao fim da temporada, tudo apontava para que a maré não desse à costa da época 1964/65. Apesar de ter goleado o Lusitânia Évora (5-0) e de ter batido o Sporting (3-0) em casa nos dois primeiros jogos, seguiriam-se quatro empates seguidos para os encarnados, frente ao Leixões, Fabril Barreiro (CUF), Chaux-de-Fonds — todos terminaram a uma bola igual — e frente à Académica (2-2).

No entanto, a goleada na receção ao Braga (7-0), abriu de novo o apetite: nove vitórias seguidas, cheias de goleadas. Foi o CUF, no dia dos namorados de ’65, quem veio estragar a festa encarnada. Dois a zero para a formação do Barreiro. Os golos foram apontados por Espírito Santo e José Ferreira Pinto — dois jogadores que passaram pelo Benfica.

Tomás Guimarães, ZAP //

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