As comemorações do 10 de Junho, em Lamego, Viseu, ficaram marcadas pela manifestação dos lesados do BES, que foram mantidos à distância do palco principal, onde Cavaco Silva fez um discurso assente na confiança e no optimismo.
Mais de cem lesados do papel comercial do BES estavam nesta quarta-feira de manhã a manifestar-se em Lamego, mas longe do local da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
A cerimónia começou às 10:00 no Largo da Feira e, pouco depois, os manifestantes chegavam junto à estátua do soldado desconhecido, a cerca de 300 metros, na presença de um forte dispositivo policial.
Com buzinas, sirenes e bombos, os manifestantes gritavam “Justiça” e “Queremos o nosso dinheiro”, tendo ficado dentro de uma cerca previamente colocada junto à estátua, a meio da Avenida Dr. Alfredo de Sousa.
“Nós estamos enjaulados. Em vez de enjaularem as pessoas certas enjaulam as erradas. A nós, que somos pessoas honestas e que fomos roubados, é que metem dentro das grades”, criticou Ricardo Ângelo, da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES.
Segundo Ricardo Ângelo, os manifestantes foram escoltados desde a autoestrada A24 até à avenida, sendo impossibilitados de assistirem à cerimónia.
Confiança domina último discurso de Cavaco no 10 de Junho
Durante o seu discurso na cerimónia, na sua última intervenção enquanto Presidente da República no 10 de Junho e onde “confiança” foi a palavra-chave, Cavaco Silva apontou como primeiro objetivo o equilíbrio das contas do Estado e a sustentabilidade da dívida pública.
O Presidente da República recusou “semear o desânimo e o pessimismo” quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem “fundadas razões” para encarar o futuro com mais otimismo.
“Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo”, disse o chefe de Estado.
“Se, para além da estabilidade política e da governabilidade do país, forem asseguradas orientações de política económica que permitam a realização de quatro grandes objetivos, estou certo de que poderemos olhar o nosso futuro coletivo com confiança, independentemente de quem governe”, afirmou também Cavaco Silva.
É tempo de concretizar reformas das Forças Armadas
O Presidente da República considerou ainda que depois de concluído o processo que levou à aprovação das novas reformas das Forças Armadas, é agora tempo da sua concretização, o que exige flexibilidade, tempo e capacidade de adaptação.
Só assim se conseguirá assegurar “uma transição gradual e sem ruturas para a nova estrutura”, sendo igualmente necessário assegurar que os militares se revejam nessas reformas, que contribuam para o “reforço da sua motivação e para a melhoria da sua capacidade operacional”, considerou Cavaco Silva.
“Este deverá ser o verdadeiro sentido das reformas das Forças Armadas”, vincou o chefe de estado no seu discurso em Lamego.
Além disso, o Presidente da República referiu que “esta preocupação deve estar presente em todos os responsáveis e ser merecedora de amplo consenso entre os agentes políticos, já que se trata de uma área de importância vital para a Nação portuguesa”.
Falando perante militares de todos os ramos, Cavaco Silva apontou a instituição militar como um dos “pilares estruturantes e inalienáveis do Estado”, que existe para combater e aplicar a força militar, na defesa de Portugal e dos portugueses, garantindo-lhes a paz e a livre escolha do seu futuro.
“Como Comandante Supremo das Forças Armadas, quero manifestar, perante os portugueses e a mais alta hierarquia do Estado, o meu respeito e profundo reconhecimento aos nossos militares, pelo seu elevado sentido de serviço à comunidade e pelo que, em situações extremas e em conjunturas difíceis, têm demonstrado: um desempenho excecional, um comportamento exemplar, uma determinação férrea”, concluiu.
ZAP, Lusa
Quem lhe escreverá os discursos? Será a Dona Maria? Parecem escritos por alguém que não sabe sequer onde fica Portugal!!
Nada de novo , sempre igual a si mesmo, pelo menos desta vez não fez o golpe de teatro de mártir e coitadinho se sentir mal de forma a inspirar a pena dos Portugueses
Já não posso ouvir sequer a voz do Prof. Cavaco dos tabus, fico com náuseas.
Lesados do BES enjaulados nas comemorações do 10 de Junho –
Devemos começar pelo título desta Pseudo notícia, mais uma vez um(a) ” jornalista” que nem sequer sabe informar, se verificarem o título e a foto, alguma coisa não está bem, pois o que verifica são umas grades de “protecção, separação” ou outra coisa acabada em ..ão. Uma jaula não é isto sr(a) jornalista, não intoxique as pessoas, informe masde maneira isenta,sem opinar, pois o que precisamos é de informação isenta e não de fazedores de opinião.
Sr. Joca não fale o senhor do que não sabe, pois eu sou um dos manifestantes que lá esteve precisamente ENJAULADO durante 3 horas! A polícia encaminhou-nos desde o autocarro por um caminho que eles haviam predefinido até esta armadilha que era uma pequena praça a 300 metros do local das celebrações e depois prenderam-nos naquele espaço durante três horas! Não podíamos andar pela cidade como todo o resto das pessoas, não podiamos ir ao café, não podiamos sequer ir embora se o quisessemos!! Isto é fascismo absoluto, antidemocracia, discriminaçao, abuso de autoridade que eles não têm o direito de fazer isto a cidadãos livres!
Honestamente depois de ler e reler o comentário que escrevi não sabia que iria despolotar esta reação, pois nem de perto nem de longe me referi às pessoas que foram protestar, simplesmente uma jaula não é o local ande vos acondicionaram, certamente contra a vossa vontade, mas isto é democracia, já agora que diz que tem direito a manifestar-se foi ao governo civil pedir autorização, porque democracia é também isto, não fale do fascismo pois nem sequer tinha este tratamento, mas outro para o qual eu não lhe desejaria nem aos seus colegas que se queriam manifestar, com esta “democracia” ainda consegue fora dos tribunais manisfestar-se…
“Uma jaula não é o local onde vos acondicionaram” – Deixemo-nos de tretas e de rodeios. Percebeu exatamente o que quis dizer. Mas já que insiste eu explico-lhe claramente: estivemos PRESOS (nao podiamos sair para lado nenhum nem para ir embora) dentro de um espaço de alguns metros durante 3 horas. Percebeu?
“Mas isto é democracia” – Desculpe? Barrar a passagem das pessoas a partir de um certo ponto para evitar a perturbação das cerimónias, respeitando a sua livre circulação é legal e é democracia. Prender um conjunto de pessoas específicas, livres, comuns cidadaos, num determinado espaço sem qualquer fundamento é ilegal e é antidemocrático. É como disse o colega do comentário abaixo um crime de sequestro/privação da liberdade e, acrescento, abuso de autoridade.
E já agora fica também a saber que todas as manifestaçoes oficialmente convocadas pela nossa associação (A.I.E.P.C.), como foi o caso desta, são precedidas por comunicação atempada às devidas entidades (governo civil, câmara municipal do local da manif e inclusivamente à polícia). Ou como pensa que eles tinham a armadilha já tao bem montada?
Fale do que sabe e não diga disparates. Eu estive lá e foi humilhante.
As pessoas estiveram detidas e nem autorização tinham para ir à casa de banho.
Tinham de dar satisfações aos policias e pedir autorizaçao para sair, em caso de absoluta necessidade.
Houve um grupo de 6 jovens que apenas porque tinham bandeiras da monarquia, foram alvo de tratamento quase idêntico.
Foi claramente violado o direito de reunião e manifestação legalmente consagrado.
Poderá, em abstracto, constituir um crime de sequestro/privação da liberdade individual.
Sr. Luís, disparate é dizer o que disse sobre o que escrevi, leia com atenção e acalme-se pois diz que tem direito de reunião e manifestação legalmente consagrado e eu em circunstância alguma disse o contrário, mas não se esqueça que também tem o dever de informar que se queria manifestar, fê-lo? e as outras pessoa que estavam lá para assistir auma cerimónia também não têm esse direito, para o vosso problema é nos tribunais que têm que o tratar.
Quanto à primeira parte já respondi acima. Quanto à segunda, vá você com 70, 80 e por vezes 90 anos de idade (convido-o a vir às manifs pessoalmente conhecer as pessoas) para os tribunais andar lá ainda mais 10 anos que provavelmente muitos lesados nem lá chegarao. Relembro que só nestes 7 meses já faleceram 2 lesados. Vá você pagar milhares de euros durante todos esses anos aos advogados, dinheiro esse que ainda por cima não tem porque…. foi precisamente roubado NUM BANCO! Sim porque, evidentemente nem todos os lesados são uma cambada de pobrezinhos e coitadinhos (e nunca quisemos passar tal imagem) mas POR MINHA HONRA lhe garanto que há bastantes pessoas que perderam lá o dinheiro todo ou quase, que estão a passar dificuldades indignas (convido-o a vir às manifs pessoalmente conhecer as pessoas) e algumas delas nem conseguem ir às manifs justamente por limitações financeiras, depressões etc.
Por fim, se o senhor é um daqueles que “emprenha facilmente pelos ouvidos” através de alguns desses aspirantes a comentadores de jornal, revista ou televisao e está convencido na tese de que se o banco nos pagar o prejuízo vai recair nos contribuintes, duas coisas: 1o lugar nao queremos o seu nem o dinheiro de qualquer outra pessoa, QUEREMOS O NOSSO DINHEIRO, as poupanças que lá colocamos em supostos DEPÓSITOS A PRAZO com garantia de capital e juro; 2o lugar, e é por isto que esses ditos comentadores têm sucesso face à falta de cultura do povo portugues, se eventualmente os lesados ganhassem em tribunal de onde é que o dinheiro viria senão do Estado, ou seja, dos contribuintes?!