A imprensa desportiva desta segunda-feira dá como praticamente certa a saída, para o milionário Mónaco, do treinador que esta época levou o Sporting a um inesperado 2º lugar e ao apuramento direto para a Liga dos Campeões.
Segundo o jornal O Jogo, já haverá até acordo entre o Sporting e o Mónaco. O clube português aceita libertar o treinador, que tem mais um ano de contrato, em troca de 3 milhões de euros, faltando acertar uma cláusula com a qual o Sporting pretende salvaguardar que, nos próximos 3 anos, Jardim não possa treinar nenhum clube português. Segundo o mesmo jornal, o treinador não vê essa cláusula com bons olhos.
Segundo o Record, no entanto, o Mónaco terá oferecido 5 milhões de euros, valor que não terá ainda convencido o presidente Bruno de Carvalho.
A Bola adianta que o sucessor do treinador madeirense para o banco do Sporting já está encontrado. Marco Silva, que levou o Estoril a um brilhante 4º lugar na 1ª Liga, é o escolhido para suceder a Leonardo Jardim.
No final do jogo que ontem encerrou a época do Sporting, Jardim chamou no entanto a atenção de que tem mais um ano de contrato com o Sporting, pelo que à partida o seu futuro passa pelo clube de Alvalade.
Sporting de Leonardo Jardim superou todas as expectativas
O segundo lugar alcançado pelo Sporting no campeonato e o apuramento directo para a Liga dos Campeões superaram as expectativas mais optimistas dos “leões” para a época 2013/14, que se seguiu à pior de sempre da sua história.
Os números falam por si: o Sporting ficou em 2º lugar no campeonato, à frente do FC Porto, com 67 pontos (mais 25 pontos do que na época anterior), resultantes de 20 vitórias, 7 empates e 3 derrotas (na época passada venceu 11 vezes, empatou nove e perdeu 10), e 54 golos marcados e 20 sofridos (em 2012/13 marcou 36 e sofreu outros tantos).
O Sporting entrou com o pé direito no campeonato, a golear o Arouca por 5-1, e ganhou confiança e embalagem, que nem o empate (1-1) caseiro com o Benfica à terceira jornada quebrou, mantendo-se no topo da classificação, só atrás do FC Porto, de Paulo Fonseca, que teve um começo que fazia antever a conquista do “tetra”.
O momento mais alto da época do Sporting ocorreu na primeira quinzena de dezembro, quando a equipa se isolou na liderança do campeonato, à 12ª jornada, com 29 pontos, mais dois do que o FC Porto e o Benfica, que cedera um empate (2-2) na Luz com o Arouca. Liderança isolada que manteve na 13.ª jornada, ao bater o Belenenses por 3-0, em Alvalade.
A 14.ª ronda jornada marcou o início de uma quebra de rendimento da equipa, com um nulo caseiro frente ao Nacional, e de uma campanha de Bruno de Carvalho contra a arbitragem na sequência de um golo anulado a Slimani pelo árbitro bracarense Manuel Mota, no referido jogo.
A equipa cedeu mais dois “nulos” na jornada seguinte, a 15.ª, na Amoreira, frente ao Estoril, e duas jornadas depois, na 17.ª, com a Académica, em Alvalade, com novas queixas dos leões, que alegaram um penálti por braço na bola do argelino Halliche.
Esta quebra teve como consequência o abaixamento dos níveis de confiança da equipa, cujos efeitos se veriam de forma nua e crua no Estádio da Luz, uma semana depois, à 18.ª jornada, com uma derrota por 2-0 e uma exibição deplorável, que a atirou para o terceiro lugar, a cinco pontos do Benfica e um do FC Porto.
Todavia, a equipa conseguiu superar essa fase, mostrar capacidade de reacção e carácter, recuperar os índices de confiança e a dinâmica de vitória que a levaria a adiar a conquista do título do Benfica, visto que o FC Porto perdeu prematuramente o comboio do título.
O excelente desempenho da equipa fez emergir a competência e a capacidade de liderança de Leonardo Jardim e o potencial de alguns jovens jogadores oriundos da formação com condições para se tornarem figuras do futebol português a curto prazo, à cabeça dos quais William Carvalho, a maior revelação da época e uma unidade absolutamente crucial.
De destacar, ainda, a influência dos dois pontas de lança, o colombiano Fredy Montero, na primeira volta do campeonato, e do argelino Islam Slimani, na segunda, a regularidade e a intensidade de jogo de Adrien, a qualidade e consistência do lateral contratado ao Estoril, Jefferson, e o potencial do jovem Mané, um ala explosivo, imprevisível e desequilibrador.
ZAP/Lusa