Histórico! Um grande Sporting recebeu e bateu o colosso Manchester City de Pep Guardiola por categóricos 4-1, na quarta jornada da fase Liga da Champions.
O jogo até começou mal, com um golo cedo dos “cityzens”, mas ainda antes do descanso, o inevitável Gyökeres empatou e, mercê de um arranque portentoso de segunda parte, o “leão” deu a volta rapidamente.
O sueco fez um “hat-trick”, com dois tentos de penálti, e o resultado chegou ao “saco” cheio, sendo que o City ainda não tinha sofrido golos esta temporada na prova.
Noite de sonho para o Sporting, para Gyökeres e para Amorim, que goleou o grande rival do United, seu próximo clube, e garantiu “estado de graça” para quando aterrar em Manchester.
Vamos tentar explicar isto em poucas palavras.
O Sporting entrou com a ideia de explorar o grande adiantamento da defesa do City, mas Guardiola tinha ideias definidas para desmanchar a estrutura leonina.
Colocou Phil Foden e Bernardo Silva nas zonas de acção dos dois médios leoninos (Morita e Hjulmand) prendendo-os, deixando assim Mateo Kovačić livre e sem pressão para organizar todo o jogo inglês sem qualquer oposição e com todo o tempo do mundo.
Alguém poderia pressioná-lo? Sim, mas tanto Trincão como “Pode” estavam em posições de “extremos-interiores”, nem ninguém para incomodar. Assim, o City pegou no jogo, marcou cedo por Foden, jogou como quis ante um Sporting atarantado.
Excepções?
Mesmo muito sozinho na frente, a força e velocidade de Gyökeres permitiram-lhe explorar o tal adiantamento da defesa do City e ficou duas vezes em posição de marcar, na primeira quis picar a bola sobre Ederson e falhou uma ocasião flagrante, isolado, na segunda teve sangue frio e rematou a contar para o 1-1.
Porém havia coisas a corrigir ao intervalo, nomeadamente a “solidão” de Gyökeres e a liberdade total de Kovačić.
O Sporting entrou de forma estupenda na segunda parte, marcando o 2-1 logo nos primeiros segundos por Maxi Araújo, após magnífica assistência de Pedro Gonçalves.
Logo a seguir, Trincão foi travado em falta na área por Gvardiol e Gyökeres aproveitou para bisar de penálti.
Explicação? O “leão” passou a pressionar muito melhor o meio-campo inglês, não colocando “Pote” a pressionar Kovačić, mas sim Trincão, e terrenos bem mais interiores.
Tudo parecia complicar-se quando o árbitro assinalou mão de Diomande na área e penálti, ainda antes dos 70 minutos, mas um desconcentrado Haaland atirou com estrondo à barra.
Gyökeres, do outro lado, não falhou da marca dos 11 metros, a castigar falta de Matheus Nunes sobre Geny Catamo, selando a goleada sportinguista.
Histórico!
O Jogo em 5 Factos
1. “Leão” precisou de pouco para aterrorizar
Por vezes esta estatística aponta para um facto negativo, mas não desta feita. O Sporting sabia que o City iria dominar e optou por dar a iniciativa aos ingleses, explorando as costas da defesa contrária nas transições. Resultou em pleno e isso levou a que os “leões” tivessem poucas acções com bola. Foram somente 381, segundo valor mais baixo num jogo desta Champions. Foi o suficiente.
2. Kovačić teve a bola demasiado
Só Gvardiol (96 acções) teve mais bola que Kovačić (94) e esse foi o maior problema do Sporting, a liberdade com que o médio croata conseguiu coordenar todo o jogo de construção do City. Prova disso foram os 94% de acerto no passe e os quatro passes super progressivos que contabilizou, igualando o máximo da Champions. Só que o Sporting percebeu isso e, no segundo tempo, corrigiu a situação.
3. Sporting bem mais perigoso
Uma equipa chegar aos 2,9 Golos Esperados (xG) frente ao Manchester City é um feito, seja em que competição for, mas foi isso mesmo que o Sporting fez, quando a média da equipa na prova até aqui era de 1,5. Os ingleses atingiram os 2,2 xG.
4. Cavalgadas de “leão”
A exploração das costas da defesa do City proporcionou estes números. O Sporting fixou máximos leoninos de conduções progressivas (14) e super progressivas (7) nesta Champions, sendo que só Gyökeres somou cinco destas últimas.
5. Haaland banal
Muito se falou no comparativo entre Gyökeres e Haaland, dois dos grandes avançados nórdicos da actualidade, mas nesta partida é claro quem “ganhou” e quem “perdeu” neste duelo particular. O norueguês esteve irreconhecível. Somou somente 15 acções com bola, sete na área leonina, realizou apenas dois passes (vá que não falhou nenhum), conseguiu, ainda assim, realizar cinco remates, três enquadrados, mas desperdiçou duas ocasiões flagrantes, uma delas um penálti.
Melhor em Campo
“Ah e tal, quando lhe aparecer os ‘tubarões’ pela frente é que eu quero ver”! A resposta de Gyökeres foi esta.
É certo que dois dos três golos que o sueco marcou foram de penálti, mas Viktor fez mesmo um grande jogo, apesar das dificuldades iniciais, fugindo muito bem à defesa do City para explorar o imenso espaço que os ingleses deixavam nas suas costas.
Gyökeres foi o melhor em campo, com cinco remates enquadrados nos cinco que realizou, somou cinco acções com bola na área contrária, contabilizou impressionantes seis conduções progressivas e cinco super progressivas (igualou o máximo da Liga dos Campeões) e, pasme-se, ainda fez um corte decisivo.
De negativo apenas uma ocasião flagrante falhada e cinco maus controlos de bola.
Resumo
// GoalPoint