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Um lendário tesouro da II Guerra está a pôr em risco uma aldeia nas Filipinas

bullionvault / Flickr

As escavações em busca de um tesouro supostamente escondido por um general japonês da II Guerra Mundial nas Filipinas ameaçam causar deslizamentos de terra numa aldeia do país.

De acordo com o Live Science, trata-se do lendário tesouro de Yamashita, que se diz ter sido enterrado pelo general japonês com o mesmo nome (Tomoyuki Yamashita), no fim da II Guerra Mundial, em algum lugar entre as mais de sete mil ilhas das Filipinas.

Segundo as lendas, Yamashita supervisionou o enterro do vasto tesouro nas Filipinas, conseguido durante a ocupação japonesa no Sudeste Asiático. O general e as suas tropas resistiram às forças norte-americanas durante várias semanas, após a rendição japonesa em setembro de 1945, mas este acabou por ser capturado e executado em 1946.

Desde então, são vários os caçadores de tesouros que se dedicam a procurá-lo, uma vez que se diz que pode chegar a valer centenas de milhões de dólares. No entanto, historiadores e antropólogos acreditam que este tesouro não passa de uma fábula.

Face a esta situação, as escavações estão a ameaçar causar deslizamentos de terra no distrito de Igbaras, na ilha de Panay, com os locais a pedirem às autoridades que interrompam os trabalhos que duram há mais de um ano, conta a Philippine News Agency.

Porém, de acordo com as autoridades locais, os caçadores de tesouros dizem que as autoridades nacionais, em Manila, lhes deram permissão para explorar, logo, não tencionam parar de procurar, adianta a Panay News.

Unknown Japanese Army Photographer / Wikimedia

O general japonês Yamashita Tomoyuki

De acordo com o Departamento de Minas e Geociências das Filipinas, a aldeia onde as escavações estão a decorrer está sobre uma encosta e, por isso, enfrenta um “risco muito alto” de deslizamentos de terra.

O Presidente da Câmara do distrito, Jaime Esmeralda, já assegurou aos habitantes que não foi concedida nenhuma licença para caças ao tesouro, escavações ou mineração na área. Agora, o autarca pediu ao Museu Nacional das Filipinas, na capital, para que investigue se foi emitida alguma permissão para esta caça ao tesouro.

“As pessoas estão a gastar muito do seu dinheiro, tempo e esforço para procurar uma coisa que provavelmente não está lá”, afirma Piers Kelly, antropólogo linguístico da Universidade de Nova Inglaterra, na Austrália, acrescentando que esta busca sem fim pelo alegado tesouro japonês tem um custo para os verdadeiros tesouros das Filipinas.

De acordo com o Live Science, que cita um estudo publicado na revista científica Archaeology Ethnology and Anthropology of Eurasia, a caça ao tesouro já danificou gravemente vários sítios arqueológicos importantes como, por exemplo, a caverna Ayub, na ilha de Mindanau.

“As Filipinas são um país realmente rico e muito interessante no campo da arqueologia, mas quando se trata de caça ao tesouro, o que as pessoas têm em mente é quase uma ideia saída de uma banda desenhada. É muito folclórico”, lamenta Kelly.

ZAP //

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