Tiago Petinga / Lusa

António Costa terá de contar com o PSD para viabilizar a nova lei
O voto do PCP está garantido, mas o Governo está convencido de que o Bloco votará contra. Assim, será a possível abstenção do PSD a decidir.
A aprovação da Lei de Bases da Saúde está dependente do voto do PSD. O Governo tem apenas o voto do PCP garantido e antecipa que o Bloco de Esquerda vote contra. Desta forma, será a possível abstenção do PSD que poderá viabilizar a aprovação da lei, segundo admitiu um membro do Governo ao jornal Público.
“O Bloco de Esquerda está de todo indisponível”, afirmou o membro do Governo ao diário, adiantando que o partido de Catarina Martins vê o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como “um bom tema para se diferenciar do PS na campanha das legislativas”.
Esta sexta-feira à tarde, a proposta do Governo para a Lei de Bases da Saúde será votada na especialista, sendo que o diploma irá posteriormente seguir para a votação final global em plenário. Um dos pontos de discórdia são as Parcerias Público-Privadas (PPP), que o Bloco defende que cheguem ao fim.
A posição do Bloco “é um erro político“, disse a mesma fonte, referindo que “a Lei de Bases em vigor está desatualizada e ultrapassada em muitos aspetos”.
“A incógnita é o PSD”, garantiu a mesma fonte, admitindo não saber como é que o partido irá votar e que a “a terem existido conversas terão sido apenas ao nível dos deputados da comissão de Saúde”.
Sobre este tema, conclui que cabe agora ao executivo esperar pelo PSD para salvar a revisão da Lei de Bases da Saúde, cuja elaboração “envolveu a audição de muitas pessoas, especialistas”.