MAZUR Catholic Church (England and Wales)

Leão XIV é o novo Papa. Formado em Matemática, pela Universidade Villanova, na Pensilvânia, Robert Francis Prevost foi eleito em 2019, pela Conferência Episcopal Peruana, como Presidente da Comissão de Educação e Cultura.
A 4 de outubro de 2023, já após a nomeação para Cardeal, Robert Francis Prevost viria a ser nomeado pelo Papa Francisco membro do Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano.
Esta eleição deverá, pois, ser recebida com especial entusiasmo pelo mundo da Cultura, não estivéssemos perante um líder muito sensível e atento aos temas e problemáticas da Cultura e da Educação.
Leão XIV é ainda o primeiro Papa da Ordem de Santo Agostinho. Uma ordem religiosa muito próxima do mundo das artes que, ao longo da sua história, procurou refletir e valorizar a beleza da expressão humana, reconhecendo, por exemplo, a música, a pintura, a escultura e a arquitetura, como “instrumentos para expressar e aprofundar a fé, valorizando a beleza como manifestação da divindade”.
A Igreja Católica, e em particular o Governo da Cidade Estado do Vaticano, sempre foi, de facto, charneira das Artes e da Cultura no mundo. A arte apresentou-se durante séculos, como principal meio de expressão, comunicação e evangelização da fé.
Foi através da arte que a Igreja comunicou e transmitiu de forma acessível a sua palavra. A Igreja Católica foi ainda, até há bem poucos anos, o principal impulsionador e mecenas Cultural.
Hoje, a sua função é muito mais que um meio de comunicação, procurando ser ela própria um modo de evocação e glorificação da fé.
Ora, atendendo ao perfil do novo Papa Leão XIV (e ao facto, porque não, do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé ser presidida, desde 2022, pelo nosso Cardeal José Tolentino de Mendonça), poderemos afirmar que temos todos os ingredientes para que a Cultura seja elevada com destaque, e que a ponte entre a Santa Sé e o mundo da Cultura seja relevada para um cuidado que esta não tem beneficiado nos últimos anos.
Obviamente, as diversas manifestações artísticas da Igreja Católica não se esgotam na produção de pintura ou escultura, sendo transversais a outras manifestações artísticas, como a arquitetura, a música ou a escrita.
Formalmente, o Dicastério para a Cultura e a Educação, uma espécie de “Ministério da Cultura” do Vaticano, está subdividido em duas secções: a Secção para a Educação e a Secção para a Cultura.
A Secção para a Cultura promove e implementa as relações entre a Santa Sé e o mundo da Cultura, procurando que os agentes culturais, das artes e letras “saibam e sintam que são reconhecidos pela Igreja como pessoas ao serviço da busca sincera da verdade, do bem e da beleza.”
Esta Secção tem ainda a função de tutelar e conservar o património Histórico, Artístico e Cultural, com especial enfoque para a conservação e estudo de arquivos e bibliotecas. É ainda, em si mesmo, instituto criador de iniciativas culturais, acompanhando e apoiando projetos dinamizados pelas diversas Instituições da Igreja.
Com uma agenda programática tão complexa, com guerras e conflitos, injustiça, pobreza e fome no mundo, eu me pergunto: onde ficará a Cultura? Como poderá este Homem, mesmo sensível para estas questões, colocar a Cultura na agenda?
Poderá a Cultura ser o segredo inimaginável para uma resposta aos desafios sociais e conflitos globais?
Uma missão complexa, de facto! Termino pois, deixando o desejo para que Leão XIV consiga com o seu exercício, colocar a Cultura “ao serviço da verdade, do bem e da beleza”!
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