Fundo Monetário Internacional considera que há “grandes riscos” para a estabilidade financeira do país.
Em Setembro de 2021, El Salvador tornou-se o primeiro país do mundo a reconhecer a criptomoeda Bitcoin como moeda legal. Quatro meses depois, o Fundo Monetário Internacional (FMI) quer que essa medida seja cancelada.
Num comunicado publicado nesta terça-feira, o FMI começa por elogiar a “forte recuperação” económica do país americano e a “boa gestão da pandemia” executada pelos governantes locais.
Mas depois surgem dois problemas: dívida pública e Bitcoin. “A adopção de uma criptomoeda como moeda legal acarreta grandes riscos para a integridade financeira e de mercado, para estabilidade financeira e para a protecção do consumidor. Também pode criar passivos contingentes“, lê-se no documento.
Os directores do FMI consideram que é essencial “monitorizar as estratégias de recuperação dos bancos” locais e “tomaram nota positiva da decisão de transição para uma supervisão financeira voltada para o futuro e baseada em risco”.
No entanto, pediram às autoridades locais que retirassem à Bitcoin “o estatuto de moeda legal”.
Esta recomendação surge numa altura em que o Governo de El Salvador tenta fechar um empréstimo, por parte do FMI, de 1.150 milhões de euros.
O presidente da República de El Salvador, Nayib Bukele, que é defensor público da criptomoeda, já reagiu no Twitter, com um tom de “Eu sei o que eles estão a fazer”:
https://t.co/s1F5kwOBEn pic.twitter.com/LD0I2dBHha
— Nayib Bukele 🇸🇻 (@nayibbukele) January 26, 2022
Apesar dos esforços do auto-intitulado CEO de El Salvador, a Bitcoin não está a convencer a população local.
Já nesta semana, a critpomoeda registava perdas superiores a 50 por cento do seu valor máximo, registado há dois meses. E há economistas que preveem que a compra de moedas digitais já está a causar prejuízos para El Salvador.