“Não podemos fazer milagres”. Laboratórios estão a demorar 48 horas a entregar resultados de PCR

Com os casos de covid-19 a disparar em Portugal, os laboratórios não têm mãos a medir para tantos testes. Resultados dos PCR podem demorar 48 horas.

Em declarações ao jornal online Observador, o diretor executivo da Unilabs, Luís Menezes, afirmou que têm conseguido dar resposta a quase todos os resultados num período abaixo de 24 horas, mas há alguns que podem mesmo chegar a 48 horas.

“Não podemos, nesta fase do campeonato, fazer milagres, por isso quem fizer o teste PCR esta quinta-feira sabe e está informado de que o resultado pode ser entregue até 48 horas.”

Também Germano de Sousa, o médico que gere o laboratório com o mesmo nome, admitiu que tem sido uma “avalanche” de testes nos últimos dias e que os resultados podem chegar apenas 48 horas depois. “Não há nenhuma estrutura que consiga aguentar”, declarou.

Segundo o jornal digital, os dois laboratórios têm feito uma média de 12.500 PCR em 24 horas, quando na semana antes do Natal se fez, na Unilabs, metade disso: cerca de seis mil testes por dia.

Luís Menezes assegurou que neste momento não “há falta de testes”, mas que o problema está sim nos recursos humanos, nomeadamente nas colheitas.

Além da “avalanche” de testes, o diretor executivo lembrou que, todos os dias, cerca de 10 a 15 funcionários testam positivo, o que obriga a reforçar as equipas.

Capacidade dos laboratórios universitários não está a ser usada

De acordo com o semanário Expresso, os laboratórios de instituições académicas não estão a ser utilizados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), apesar de terem capacidade para realizar 20 mil testes PCR por dia.

Questionado pelo jornal, o coordenador da Rede Nacional de Laboratórios da Academia em Resposta a Emergências de Saúde Pública, Nuno Marques, confirmou que a capacidade de resposta destes laboratórios “não está a ser utilizada na íntegra”.

Isto porque as 23 instituições, que chegaram a estar envolvidas nos testes nos lares, neste momento não estão abrangidas pelo acordo de comparticipação de testes PCR feito pelo Governo.

Mesmo depois de esta Rede Nacional já ter apresentado “diversas propostas, disponibilizando-se para realizar testes PCR comparticipados pelo SNS, mediante prescrição da Saúde Pública, de médicos do SNS ou da Linha SNS 24″, acrescentou o coordenador.

“Estamos subaproveitados e a trabalhar aquém das nossas capacidades”, lamentou ao Expresso Paulo Pereira, diretor do Centro de Estudos de Doenças Crónicas, que acrescentou que os preços praticados por estes laboratórios são até mais baixos do que os valores do mercado.

ZAP //

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