O eleitorado jovem norte-americano está entusiasmado com a “miúda rebelde” Kamala Harris. A vice-Presidente dos EUA e candidata Democrata procura ainda apoio junto das mulheres e do eleitorado negro.
Kamala Harris está cada vez mais próxima da geração Z.
Após a desistência de Joe Biden da corrida à Casa Branca, no último domingo, ficou viral uma publicação da cantora Charli XCX e que chamou “brat” (tradução literal de “pirralha” e nome do seu último álbum), a Kamala Harris.
A expressão foi rapidamente adotada pelos apoiantes de Harris: “Kamala é brat”.
Porém, os jovens não são os únicos que a candidata Democrata está a conquistar.
Esta quarta-feira, Harris pediu aos membros da irmandade negra Zeta Phi Beta apoio para a sua candidatura às presidenciais de novembro.
“Neste momento, acredito que enfrentamos uma escolha entre duas visões diferentes para a nossa nação, uma focada no futuro, a outra focada no passado”, disse, num discurso, três dias depois de lançar a sua candidatura à Casa Branca.
Os eleitores do Indiana não dão a vitória a um candidato presidencial democrata há quase 16 anos. Por isso, Harris sabe que o apoio desta irmandade, reunida num encontro com cerca de 6.000 pessoas, a maioria mulheres, pode ajudar a obter ganhos num eleitorado que ela espera que se reúna em grande número: as mulheres negras.
Para os democratas, as mulheres negras podem vir a fazer uma diferença fundamental em novembro, e Harris já deu sinais de galvanizar o seu apoio.
Nas eleições de 2020, a AP VoteCast descobriu que as mulheres negras representavam apenas 7% do eleitorado.
Mas 93% desses eleitores votaram em Biden, ajudando-o a obter vitórias estreitas em estados como Michigan, Pensilvânia e Geórgia.
Depois de Harris ter anunciado a sua candidatura, cerca de 90.000 mulheres negras fizeram uma videochamada no domingo à noite para a sua sede de campanha, numa manifestação de apoio.
Harris é uma mulher de ascendência negra e do sul da Ásia e aproveitou esse estatuto para falar a este grupo de mulheres no Indiana.
Donald Trump, por seu turno, tem geralmente mais apoio entre os eleitores brancos que não têm diploma universitário.
As diversas sondagens AP VoteCast revelam que este grupo representava 43% de todos os eleitores em 2020 e Trump venceu-os por uma margem de 62% a 37%, embora tenha perdido essa eleição nacional.
Num memorando divulgado esta quarta-feira, a diretora de campanha de Harris apontou o apoio entre os eleitores femininos, não-brancos e mais jovens como fundamental para o sucesso eleitoral.
“Onde quer que a vice-presidente Harris vá, o entusiasmo popular segue-se”, escreveu Jen O’Malley Dillon, reconhecendo que esta eleição presidencial será muito disputada.
ZAP // Lusa