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E de repente, os bancos ligaram a sirene (por causa dos juros nos depósitos)

Agora já não se prevê qual vai ser o primeiro banco a subir os juros; agora começa-se a ver qual é o banco que vai ficar atrasado nesta corrida.

Temos estado atentos às questões dos juros dos depósitos, no ZAP. Porque envolve milhões (de euros) e porque sobretudo porque afecta milhões (de pessoas).

No início deste mês partilhámos que eram sobretudo os bancos pequenos a mexer (a subir) nas taxas de juro nos depósitos dos clientes. O Bankinter destacava-se com juro bruto de 5% enquanto, entre os maiores bancos a operar em Portugal, só o Novo Banco tinha subido (para 4%) .

Quase duas semanas depois, o Santander começou a mexer no mercado, com uma subida até aos 2% a partir de Março. Nos dias seguintes, Montepio (também 2%) e Caixa Geral de Depósitos (máximo de 2,1%) seguiram esse percurso.

Agora já não se prevê qual vai ser o primeiro grande banco a subir os juros; agora começa-se a ver qual é o banco que vai ficar atrasado nesta corrida.

O portal Eco escreve mesmo que este trio de novidades em poucos dias deixou “a concorrência em alerta”. Esperam-se anúncios semelhantes (ou mais atractivos para os clientes) nos próximos dias; mas quem já se movimentou pode ter vantagem em relação aos concorrentes: segurou clientes mais cedo.

Este “efeito dominó” tem dois motivos: o risco da perda de clientes e a ameaça dos Certificados de Aforro, uma opção que tem sido prioridade para muitos portugueses em detrimento dos depósitos bancários.

Os bancos precisam dos depósitos para alimentarem o seu negócio, dependem em grande medida dos depósitos das famílias para depois concederem créditos.

O economista João Duque lembra que “os agentes económicos demoram sempre algum tempo a reagir” mas os bancos acabariam sempre por subir as taxas dos depósitos.

Fernando Castro e Solla, ex-director bancário, também acha que esta subida era inevitável e acha que o atraso está relacionado com “a recuperação gradual da margem financeira” dos bancos: agora as carteiras de empréstimos e as receitas são mais sorridentes (devido à subida generalizada dos juros) e assim há maior margem para subir os juros dos depósitos.

“Os bancos estão com resultados mais confortáveis”, reforçou João Duque.

ZAP //

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