Juros da dívida a descer a dois anos para mínimos de sempre

O.I.N. / Wikimedia

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Os juros da dívida portuguesa estavam esta segunda-feira a descer a dois anos, para mínimos históricos, e a cinco anos, e a subir a dez anos, depois de o Governo ter apresentado medidas para substituir as chumbadas pelo Tribunal Constitucional.

Às 08h45 de hoje, os juros a 10 anos estavam a 3,382%, depois de terem terminado a 3,381% na sexta-feira e de terem descido até aos 3,323% a 11 de junho, um mínimo desde outubro de 2005.

No prazo a cinco anos, os juros estavam a descer para 2,236%, contra 2,239% no encerramento de sexta-feira e o mínimo de sempre de 2,102% a 9 de junho.

No prazo de dois anos, os juros da dívida também estavam a descer, mas para um mínimo de sempre de 0,881%, depois de terem fechado a 0,895% na sexta-feira.

Além de novas medidas de austeridade para compensar as recentemente chumbadas pelo Tribunal Constitucional (TC), o Governo anunciou na quinta-feira que prescindiu do último cheque do empréstimo da troika.

Na quinta-feira, o Governo aprovou uma proposta de lei para reintroduzir temporariamente os cortes entre 3,5% e 10% aplicados aos salários do setor público superiores a 1.500 euros introduzidos em 2011 e que vigoraram até 2013.

Entretanto, Portugal colocou na quarta-feira 975 milhões de euros em Obrigações de Tesouro (OT) a dez anos à taxa de juro média de 3,2524%, menos 0,3228 pontos percentuais do que no anterior leilão comparável de abril.

O montante colocado neste primeiro leilão desde a saída da troika foi superior aos 750 milhões de euros que correspondiam ao montante máximo indicativo e a procura atingiu 2.372 milhões de euros, 2,43 vezes superior ao montante colocado.

Panorama europeu

A 5 de junho, o Banco Central Europeu (BCE) cortou a taxa de juro diretora em 0,10 pontos percentuais para o novo mínimo histórico de 0,15% e anunciou a realização de duas injeções de liquidez de longo prazo (quatro anos), em setembro e dezembro deste ano, no valor de 400 mil milhões de euros.

Há quase um mês, a 17 de maio, Portugal abandonou oficialmente o resgate sem qualquer programa cautelar, depois de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter anunciado a “saída limpa” a 04 de maio.

O programa de ajustamento solicitado à troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), no valor de 78 mil milhões de euros, esteve em vigor durante cerca de três anos.

Os juros da dívida soberana da Irlanda estavam hoje a descer em todos os prazos. Dublin terminou oficialmente, a 15 de dezembro passado, o programa de ajustamento solicitado em 2010 à troika, no valor de 85 mil milhões de euros.

Os juros de Itália estavam a descer a dois e cinco anos e a subir a dez, enquanto os de Espanha estavam a descer a dois e dez anos e a subir a cinco anos.

Os juros da dívida da Grécia a 10 anos, o único prazo disponível daquele país, estavam a subir.

/Lusa

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