José Manuel Pureza: “É a direita e não o povo socialista que vê num BE forte um inimigo a abater”

Tiago Petinga / Lusa

O cabeça de lista do BE pelo distrito de Coimbra, José Manuel Pureza, defendeu na quarta-feira que “é a direita e não o povo socialista que vê num Bloco forte um inimigo a abater”.

A jogar em casa, o deputado e recandidato bloquista por Coimbra protagonizou o discurso mais político da noite de quarta-feira, num comício em que “encostou” o PS à direita e respondeu a alguns dos ataques que vieram dos socialistas, apontando ainda aos líderes do PSD e do CDS-PP. “Nós não nos enganamos, sabemos que é a direita e não é o povo socialista que vê num Bloco de Esquerda forte um inimigo a abater”, atirou.

Para a direita – e José Manuel Pureza repetiu duas vezes para deixar clara a ideia – “qualquer voto a mais no Bloco será aquilo a que alguém chamou desmesurado“.

No domingo, o ministro Augusto Santos Silva advertiu para os riscos de “um poder desmedido” e desmesurado de algum dos parceiros à esquerda do PS. “É natural que o patronato pense o mesmo, é natural. E a todos eles eu quero dizer que estejam certos de que o Bloco lhes dará razão para não quererem que cresçamos“, avisou.

Segundo o deputado recandidato, os líderes da direita, “Assunção Cristas e Rui Rio querem, a todo preço, afastar o Bloco da determinação das políticas“. “Eles querem afastar o Bloco porque sabem que é o Bloco que mais fortemente combaterá os interesses de chorudos daqueles que a direita protege nas PPP’s da saúde”, criticou.

Pureza repetiu depois a fórmula para a luta pela “autodeterminação de cada uma e de cada um que tanto escandaliza a direita mais trauliteira”, para “a revogação da legislação laboral em que os patrões exigem que não se toque”, para a luta “ao lado dos precários, pelo reconhecimento do seu direito a um contrato de trabalho” e para a determinação “a enfrentar os capitalistas da energia e defender uma fatura justa para as famílias”.

“Nós vamos lhes dar razão para eles não querem que cresçamos porque teremos mesmo uma e uma só desmesura: a da defesa de uma economia justa e direitos sólidos para os de baixo”, antecipou.

A primeira intervir no comício da noite de quarta-feira foi a eurodeputada do BE Marisa Matias, também a discursar no seu distrito natal, que falou das lições da legislatura que agora termina e das escolhas que estão em causa no domingo.

“Uma das coisas que nós aprendemos nos últimos quatro anos é que o país e a vida das pessoas melhoram muito substancialmente quando nos vimos livres do empecilho das maiorias absolutas”, atirou.

Nas legislativas, “está tudo em aberto”, garantindo Marisa Matias que o BE está “completamente de consciência tranquila para entregar” a avaliação nas mãos dos eleitores. “Essa é uma avaliação que cada um e cada uma de nós tem obrigação de fazer no dia 6 de outubro: decidir quem tinha razão e tentar dar força a quem achava que tinha razão”, antecipou.

“A segunda escolha que faremos no dia 6, tendo em conta o que foi este trajeto dos últimos quatro anos, é muito simples: é saber se a força do BE no futuro deve ser menor, igual ou maior”, desafiou, ouvindo-se um audível “maior” vindo da plateia, em jeito de resposta.

Os bloquistas, garantiu Marisa Matias, acreditam “verdadeiramente que a força que tiver o Bloco é aquela que contribuirá para o aprofundamento e superação da solução governativa” destes quatro anos.

// Lusa

 

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