José António Saraiva condenado por crime de devassa da vida privada. Multas ultrapassam 35 mil euros

(td)(dr) Gradiva / record.pt

O jornalista José António Saraiva, ex-director dos semanários Expresso e Sol

José António Saraiva foi condenado pelo Tribunal Judicial de Lisboa pelo crime de da vida privada devido à publicação do livro “Eu e os Políticos – O que não pude (ou não quis) escrever até hoje”.

De acordo com o Diário de Notícias, o ex-diretor do Expresso e do Sol foi condenado pelo crime de da vida privada e terá de pagar uma multa diária de 30 euros durante 180 dias, fazendo um total de 5.400 euros.

José António Saraiva foi ainda condenado a pagar uma indemnização à jornalista Fernanda Câncio e ao seu ex-namorado, que trabalhou no jornal Expresso, (15 mil euros a cada um), que apresentaram queixa contra o ex-diretor do semanário e o editor da Gradiva, Guilherme Valente.

O ex-diretor foi condenado pelo crime de devassa da vida privada, tendo o juiz considerado que as referências aos dois queixosos não podiam ser toleradas ao abrigo da liberdade de expressão.

Em causa está a publicação do livro “Eu e os Políticos – O que não pude (ou não quis) escrever até hoje”, da Gradiva, publicado em setembro de 2016. Num dos capítulos, sobre José Sócrates, Saraiva referiu pormenores da vida íntima de Fernanda Câncio e do seu namorado.

Fernanda Câncio reagiu no Twitter à decisão do Tribunal, frisando a “importância da decisão” que considerou “justa”. A jornalista apelidou o livro de “uma das maiores nojeiras já dada à estampa”.

Em 2016, ainda antes de chegar às bancas, o livro, apelidado de “Saraivaleaks”, começou a causar polémica. Passos Coelho, que devia ter apresentado a obra, desistiu mesmo de o fazer, após o tumulto gerado.

Em março de 2017, o Tribunal da Relação de Lisboa ordenou à editora Gradiva que recolhesse dos distribuidores os exemplares deste livro. O trecho teve de ser removido das edições seguintes.

Em abril, quando foi acusado pelo Ministério Público  (MP), José António Saraiva disse à agência Lusa que a acusação “não faz sentido nenhum” e que se limitou a “contar um episódio verdadeiro que não foi contestado”.

Em declarações ao Observador, José António Saraiva disse que irá recorrer da decisão do tribunal.

ZAP //

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