O Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia anunciou esta terça-feira que Florence Hartmann, acusada de revelar que a instância escondeu informações ao Tribunal Internacional de Justiça, sairá em liberdade condicional “assim que possível”.
A jornalista francesa, de 53 anos, foi detida em Haia na quinta-feira, quando esperava pela sentença de Radovan Karadžic, sendo levada para o centro de detenção do TPIJ. O advogado da jornalista, Guénaël Mettraux, denunciou que esta se encontrava em isolamento, numa sala com as luzes acesas permanentemente e a ser continuamente monitorizada.
“Penso que vão deixar cair a sentença de sete dias e libertá-la logo que possível, provavelmente amanhã”, afirmou o advogado, de acordo com o jornal francês Libération.
Antiga correspondente do Le Monde nos Balcãs, Florence Hartmann foi porta-voz da procuradora-geral do TPIJ Carla Del Ponte entre 2000 e 2006.
A jornalista foi condenada em 2009 por desrespeito ao Tribunal por ter revelado no seu livro “Paix et Châtiment” (Paz e Castigo, de 2007) que o TPIJ tinha escondido informações cruciais sobre o massacre de Srebrenica, que matou cerca de oito mil bósnios em 1995.
Florence Hartmann mencionava duas decisões confidenciais proferidas pelo tribunal de recurso do TPIJ no julgamento do ex-presidente jugoslavo Slobodan Milosevic, que teria permitido provar o envolvimento do Estado sérvio no genocídio de Srebrenica.
A sentença proferida em 2009 foi confirmada em 2011, mas Florence Hartmann alegadamente recusou pagar a multa de sete mil euros, levando os juízes a decretar a sentença de sete dias de prisão.
ZAP / Os Velhotes dos Marretas