As jóias mais antigas do mundo têm 130 mil anos e são neandertal

d.r. Luka Mjeda

Colar de garras de águia-rabalva da era neandertal descoberto na Croácia

Colar de garras de águia-rabalva da era neandertal descoberto na Croácia

Uma equipa de investigadores croatas e norte-americanos descobriu que, há 130 mil anos, em Krapina, na Croácia, antes do surgimento do homem moderno na Europa, o homem de neandertal manipulava garras de águia-rabalva para fabricar jóias.

Esta é a conclusão de estudo publicado na revista científica “Plos One”, no qual os investigadores descrevem oito garras “ornamentadas”, descobertas há mais de cem anos, todas do mesmo período.

A descoberta, feita por cientistas da Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, e do Museu de História Natural de Zagreb, na Croácia, poderá lançar uma nova luz sobre as capacidades cognitivas dos neandertais.

Segundo os investigadores, citados pela Sci-News, as quatro garras têm várias marcas de corte, com bordas arredondadas e vestígios de que sofreram algum tipo de polimento ou abrasão.

Três das jóias têm pequenos encaixes na superfície, aproximadamente no mesmo local na superfície do artefacto, o que sugere que poderiam fazer parte de um conjunto de jóias, usadas como colares ou braceletes.

d.r. Plos One

As peças descobertas em Krapina são as jóias mais antigas do mundo: 130 mil anos

As peças descobertas em Krapina são as jóias mais antigas do mundo: 130 mil anos

Alguns cientistas defendem que o homem de neandertal não tinha habilidades simbólicas e teria copiado os comportamentos simbólicos do homem moderno, com o qual terá coexistido na Europa durante 5 mil anos.

Mas o arqueólogo David Frayer, um dos autores do estudo, afirma que a decoração das garras sugere que “os neandertais as devem ter utilizado com algum tipo de objectivo simbólico, uma vez que foram manipuladas de forma deliberada”.

“É uma descoberta impressionante”, diz Frayer, “os neandertais tinham uma sofisticação cultural de que até agora ninguém suspeitava”.

AJB, ZAP

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