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Os Jogos Paralímpicos vêm aí. Portugal faz estimativa das medalhas que espera ganhar

Comité Paralímpico de Portugal / Facebook

Portugal chega aos Jogos Paralímpicos Tóquio2020 com uma comitiva de 33 atletas, renovada em relação ao Rio2016 com 17 estreantes e que inclui alguns campeões europeus, um recordista mundial e uma atleta de 15 anos.

Com 92 medalhas conquistadas nas 15 participações anteriores, Portugal vai estar representado em Tóquio, entre terça-feira e 5 de setembro, nas modalidades de atletismo, boccia, ciclismo, equestre, judo, natação, estreando-se na canoagem e no badminton, que fará a sua estreia no programa paralímpico.

“O que temos contratualizado no contrato-programa são quatro medalhas e 22 diplomas, mas é preciso lembrar que esses objetivos foram estabelecidos antes da pandemia”, refere a chefe da missão portuguesa aos Jogos Tóquio’2020, à agência Lusa.

Leila Marques estabelece como “primeiro objetivo a conquista de recordes pessoais e nacionais”, considerando que “tudo o que vier depois disso será muito bom”.

Entre os 17 estreantes, destacam-se Beatriz Monteiro, representante no badminton, que chega a Tóquio com apenas 15 anos, e Norberto Mourão, campeão europeu na sua classe, que juntamente com Alex Santos, marcará a estreia lusa na canoagem, e a nadadora Susana Veiga.

Na lista dos 10 atletas que vão competir nas provas de atletismo, figuram Manuel Mendes, medalha de bronze no Rio2016, e Miguel Monteiro, campeão europeu e recordista mundial do lançamento do peso F40, mas não estão Luís Gonçalves, medalhado em Pequim2008 e Rio2016, e Lenine Cunha, que subiu ao pódio em Londres2012.

No boccia, a segunda modalidade com mais medalhas, a seguir ao atletismo, há alguma renovação, mas mantém-se no grupo de 10 atletas José Macedo (BC3), que conquistou bronze no Rio2016, e parte da equipa de BC1/BC2, que também subiu ao terceiro lugar do pódio nos Jogos do Brasil.

Na natação, Portugal terá seis representantes, entre os quais David Grachat, que somará a quarta participação paralímpica, e Susana Veiga, campeã europeia e vice-campeã mundial dos 50 metros livres (S9).

No ciclismo, Portugal conta com dois representantes, que se juntam a um na equestre e um no judo.

Há cinco anos, no Rio de Janeiro, Portugal, que se apresentou com 37 atletas somou quatro medalhas de bronze, conquistadas no atletismo e no boccia, depois de em Londres2012, com 30 atletas, ter conseguido a participação mais ‘pobre’ de sempre, com dois bronzes e uma prata, nas mesmas modalidades.

Em Pequim, em 2008, com uma comitiva de 35 atletas, que concorreram em sete modalidades, Portugal arrecadou sete medalhas, menos cinco do que as conquistadas em Atenas2004, quando a representação lusa foi assegurada por 41 desportistas.

A estreia dos atletas lusos ocorreu na IV edição dos Jogos, em Heidelberg, na Alemanha, no ano de 1972, com a participação da equipa masculina de basquetebol de cadeira de rodas, que não chegou ao pódio.

Esta edição dos Jogos Paralímpicos destinava-se apenas a atletas paraplégicos e similares, com a equipa lusa a incluir nove basquetebolistas do Hospital Ortopédico de Santana e do Centro de Medicina de Reabilitação do Hospital de Alcoitão.

Depois de um interregno de 12 anos, Portugal iniciou a sua participação continuada em Jogos Paralímpicos em Nova Iorque1984, com 29 atletas de cinco desportos, que conquistaram 14 medalhas (quatro de ouro, três de prata e sete de bronze).

O atletismo foi a modalidade que conquistou mais pódios (10), enquanto a seleção de boccia logrou tornar-se na primeira campeã da modalidade, que se estreou nesse ano.

Em Seul1988 foram contabilizadas 14 medalhas pela delegação de 13 desportistas de atletismo e boccia. Além das nove medalhas conseguidas no atletismo, foram ainda batidos dois recordes mundiais e um paralímpico.

Nesse mesmo ano deu-se a fundação legal da Federação Portuguesa de Desporto para pessoas com Deficiência (FPDD), que permitiu o alargamento das participações em Jogos a atletas de outras classes desportivas.

Assim, em 1992, registaram-se as estreias de atletas cegos, amputados e “les autres” (outras deficiências motoras), de nadadores e a primeira medalha no futebol de sete (paralisia cerebral).

No total da IX edição, dividida entre Barcelona (para deficientes visuais e motores) e Madrid (competição oficiosa para deficientes intelectuais), os 29 portugueses que estiveram na capital catalã averbaram nove medalhas (três de ouro, três de prata e três de bronze) e três recordes da Europa em atletismo.

Na edição X dos Jogos Paralímpicos, que decorreram em Atlanta, os atletas com deficiência intelectual entraram pela primeira vez em provas de demonstração e a missão das ‘quinas’ conseguiu 14 medalhas (seis de ouro, quatro de prata e quatro de bronze).

A marcar esta participação esteve o primeiro plano de preparação paralímpica atribuído ao abrigo do decreto-lei 125/95, referente ao direito e acesso dos atletas deficientes à alta competição.

Para Sydney2000 foi lançado o primeiro programa de marketing, denominado “Super Atleta”, e foram conquistados novos direitos, como a atribuição de prémios pecuniários pelas medalhas conquistadas.

Para as contas do medalheiro, entraram 15 medalhas, alcançadas pela maior delegação de atletas paralímpicos portugueses: 52 (dos quais 34 eram estreantes).

O contrato-programa de preparação para os Jogos Tóquio2020 celebrado entre o Comité Paralímpico de Portugal e o Governo, tem um valor global de 6,1 milhões de euros, verba que supera em cerca de 3,1 milhões a verba disponibilizada para o Rio2016.

Durante o ciclo paralímpico que agora termina, as bolsas e o valor dos prémios atribuídos aos atletas paralímpicos foi equiparado ao dos atletas olímpicos.

ZAP // Lusa

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