António Pedro Santos / Lusa
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão.
Numa audição regimental na Comissão de Orçamento e Finanças, João Leão disse que foi gasto mais dinheiro na Saúde do que aquilo que estava previsto no Orçamento Suplementar.
Se no orçamento aprovado no verão do ano passado estavam previstos 500 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde fazer frente aos gastos com a pandemia de covid-19, a despesa acabou por ser de “686 milhões de euros, acima do limite orçamental”.
De acordo com o Observador, João Leão esperava críticas após a despesa em 2020 ter sido menor do que o Governo esperava, sobretudo em gastos com a pandemia.
O governante diz que “é normal e existem razões para não ser tudo executado”, dando os exemplos de “três câmaras municipais de referência do PSD”, em que o executado ficou em 63% do orçamentado. “E é válido para câmaras do PSD, mas também do PS e dos outros partidos”, explicou.
O deputado Duarte Pacheco disse que João Leão demonstrou “desespero” nas suas explicações, “tudo para não dizer que assume que decidiu cortar na despesa e privilegiar as contas públicas”.
“Já estamos habituados: convosco a despesa ficou sempre abaixo do que foi autorizado pelo parlamento”, disse o deputado. “Sabe quem está a aplaudir, onde quer que esteja? O doutor Oliveira Salazar, que deve estar a aplaudir o rigor das suas contas”.
“Na área da Saúde gastámos mais do que viemos cá pedir, senhor deputado. E na Segurança Social gastámos ligeiramente acima”, respondeu Leão.
Relativamente ao orçamento da Segurança Social, a execução rondou aquilo que foi planeado. Estavam orçamentados 1.906 milhões de euros e foram gastos 1.915 milhões de euros.
O ministro das Finanças sublinhou ainda que, em 2020, a contração da economia portuguesa foi de 7,6% no ano passado, “inferior à estimativa do governo de 8,3% e inferior à da Comissão Europeia”.
