Jim Best luta contra crocodilos para apanhar bolas de golfe perdidas. É o seu ganha-pão

Daxiao_Productions / Depositphotos

Enquanto uns se divertem a lançá-las, outros apanham-nas… mas, como achado não é roubado, o negócio é lucrativo. Especialmente para quem apanha 2 milhões de bolas de golfe por ano.

Andou por toda a costa leste dos EUA a apanhar bolas de golfe que caíram em lagos. A sua maior mina de ouro é o TPC Sawgrass — o lugar do Players Championship. Por ano, saca 70 mil bolas da zona do Island Green, onde as saltitonas fogem em massa para o corpo de água que circunda o local.

“Vou lá e ganho dinheiro, como se estivesse a fazer uma colheita, como num campo de milho”, diz o norte-americano Jim Best à CNN. Já conhece esse lugar tão bem como a palma da mão, especialmente a parte que não é visível aos demais:

Tudo começou em 1993, quando andava de bicicleta e, por acaso, apanhou algumas bolas perdidas na floresta, o suficiente para lhe encher a mochila. Lavou-as num lava-loiças e vendeu-as a uma loja de golfe.

“Foi assim que me alimentei! Pensava: ‘Meu, consegui jantar para a semana inteira em apenas algumas horas!”. Depois de se licenciar, tirou um curso de mergulhador, e chegou mesmo a celebrar contratos com vários campos de golfe para obter o direito exclusivo de recuperar as suas bolas.

A certa altura, estava a trabalhar em 65 campos de golfe diferentes, um pouco por toda a costa leste dos EUA. Chegou a apanhar 2 milhões de bolas por ano, a contribuir para uma limpeza ambiental e para a sua carteira.

Leva consigo depósitos de oxigénio, e mesmo que grande parte das bolas esteja furada e inutilizável, consegue sempre apanhar bastantes. Ganhou experiência suficiente para conseguir distinguir o dono das bolas pela sua cor e número.

Chegou mesmo a encontrar algumas icónicas, como as atiradas pelo célebre jogador Tiger Woods. “Foi uma euforia”, recorda. E até tem uma lançada pelo presidente Donald Trump.

E chegou a encontrar outros artefactos valiosos: telemóveis, óculos de sol e até tacos de golfe, alguns bem caros, lançados em “ataques de raiva” dos jogadores, conta.

E enfrenta perigos: “Há alguns anos, havia um crocodilo de 3 metros e outro de 3 metros à volta do green onde eu estava a mergulhar. Trabalhei enquanto me senti bem e eles se mantiveram à distância”. Mas numa situação chegou mesmo a ser mordido por um.

Em 2007, no Innisbrook Golf Resort, olhou de frente para um jacaré de 4 metros, com o corpo fora de água, que começou a rosnar-lhe. O problema? Estava a mergulhar com um amigo, e teve de tirá-lo de lá antes que fosse atacado.

“A coisa mais difícil que tive de fazer foi voltar para a água e tirar o meu amigo de lá. Quase não o fiz, mas pensei: ‘Ou sou um homem a sério ou não sou’.”

Se gostar de jogar golfe, não se esqueça de pensar onde é que essa bola vai parar. Uma pequena tacada para o Homem, um grande mergulho para Jim Best.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.