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Para o país não andar para trás, Jerónimo pede aos militantes que se transformem em candidatos

António Pedro Santos / Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa

O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, pediu esta quarta-feira mais mobilização aos militantes da CDU, transformando-se estes também em candidatos às eleições legislativas, porque “o risco de andar para trás é bem real” em termos de direitos e rendimentos em Portugal.

Num comício noturno em Vila Nova de Gaia, Porto, Jerónimo de Sousa começou por dizer que os últimos quatro anos de legislatura com Governo minoritário do PS e uma posição conjunta “mostraram que valeu a pena a luta e ação e intervenção do PCP, do PEV, das forças da CDU”.

“Não foram quatro anos fáceis. Foram quatro anos de ação e luta. O balanço ao trabalho realizado nesta legislatura pelas forças da CDU mostra uma intervenção sem paralelo. Muitas das medidas que os trabalhadores e a maioria dos portugueses reconhecem como positivas têm a marca da iniciativa e do voto dos partidos da CDU. Sim, foi das bancadas do PCP e de ‘Os Verdes’ que surgiu intensa atividade também com propostas inovadoras na procura de solução a novos e velhos problemas”, afirmou.

O líder do PCP regozijou-se por, “ao fim de mais de 20 anos de luta e proposta da CDU”, ter sido alcançada “a criação e implementação do passe único” nos transportes públicos coletivos metropolitanos.

“Um enorme avanço que garante poupanças muito significativas, particularmente para trabalhadores, para estudantes e para reformados. Um enorme avanço que ainda há três anos perecia inatingível quando em várias assembleias municipais da área metropolitana do Porto e na própria Assembleia da República a nossa proposta foi chumbada porque o PS, o PSD, o CDS não apoiaram a criação do passe único”, elogiou.

Jerónimo de Sousa destacou que, apesar de se tratar de um “grande avanço na vida de muitas pessoas” e uma poupança importante em termos económicos, nesta matéria, “como muitas outras, nada está garantido para todo o sempre”.

“Tal como a Diana Ferreira [deputada e cabeça-de-lista pelo Porto] aqui denunciou, o risco de andar para trás é bem real. As resistências dos autarcas PS e do PSD na região à aplicação da medida são bem evidentes e estão já a prejudicar a população da área metropolitana do Porto, que ainda não tem os descontos do passe família nem o passe sub-13 garantido, o que, na prática, está a retirar o direto ao transporte a muitas crianças”, lamentou.

O secretário-geral comunista terminou o discurso com um forte apelo aos militantes e simpatizantes presentes no evento para que, “nesta última semana e meia” de campanha eleitoral se empenhem e tentem congregar mais votos, indo “para junto do povo”, tornando-se também autênticos candidatos CDU.

O mesmo argumento de “andar para trás” utilizou também esta quarta-feira o secretário geral do socialista, António Costa, antevendo que um eventual regresso do PSD ao poder poderia trazer aumento de impostos, cortes nos salários e o fim passes sociais.

ZAP // Lusa

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