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Jejum intermitente ajuda as células a manterem-se jovens

O jejum intermitente interfere no funcionamento das mitocôndrias, a fábrica de energia das células, e diminui o envelhecimento e doenças relacionadas à idade.

Um estudo realizado na Universidade de Harvard e publicado em outubro na revista Cell Metabolism mostra que o jejum intermitente interfere no funcionamento das mitocôndrias, a fábrica de energia das células, e diminui o envelhecimento e doenças relacionadas à idade.

As mitocôndrias existem em redes que mudam de formato de acordo com a procura energética. A sua capacidade de fazer isso diminui com a idade, mas até agora não se sabia qual o impacto disso no metabolismo celular. Neste estudo, os cientistas mostraram uma ligação entre mudanças dinâmicas no formato das mitocôndrias e longevidade das células.

No estudo, os investigadores usaram minhocas C. elegans que vivem apenas duas semanas. Os animais foram escolhidos pela vida curta, o que permitiu aos cientistas observar o impacto das diferenças na alimentação dessas minhocas.

As minhocas com dieta restrita ficaram com as redes de mitocôndria num estado “jovem”. Além disso, descobriram que essas redes jovens aumentaram a vida das células ao comunicarem-se com organelas chamadas peroxissomos para modular o metabolismo da gordura.

“Condições em que há baixa energia, como em dietas restritas ou em jejum intermitente, estão ligadas ao envelhecimento saudável. Entender por que isso acontece é um passo crucial para colher os benefícios do jejum intermitente de forma terapêutica”, explica a autora principal da pesquisa, Heather Weir.

Estudos anteriores mostraram que o jejum intermitente pode reduzir o envelhecimento, mas ainda não havia uma explicação para isso. Segundo este estudo de Harvard, o motivo está na plasticidade das mitocôndrias.

O próximo passo da equipa é analisar se os mesmo resultados são observados em mamíferos e se a flexibilidade das mitocôndrias pode explicar a associação entre obesidade e aumento de risco de doenças relacionadas à idade.

No jejum intermitente a pessoa intercala períodos com e sem refeições. Isso é algo que já feito por nós naturalmente todos os dias, uma vez que passamos pelo menos oito horas sem comer durante a noite, e quando não tomamos o pequeno-almoço acabamos por passar 12 a 14 horas sem ingerir alimentos.

Como o estudo em questão ainda está em fase inicial e foi testado apenas em minhocas, os especialistas ainda não têm uma recomendação considerada saudável ou segura. Por enquanto, o melhor é seguir recomendações do seu médico ou nutricionista, já que há inúmeros estudos que indicam que não é nada bom “saltar” refeições como o pequeno-almoço.

ZAP //

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