Com um boom nas máquinas de venda automática, a pandemia levou o Japão de volta aos anos 90

Várias empresas voltaram a apostar nas máquinas de venda automática como uma forma de colmatar a crise trazida pela pandemia no Japão.

Sem o risco de contactar com um infectado, com o distanciamento social assegurado, e seguras — a não ser que lhe “coma” o dinheiro. No Japão, as máquinas de venda automática estão a viver um novo boom com a pandemia.

Em Sagamihara, nos arredores de Tóquio, a nostalgia pelos anos 90 ainda prevalece, quando estes dipositivos, conhecidos como jidō hanbaiki nas terras nipónicas, estavam por todo o lado.

No entanto, depois de décadas em que foram caindo em desuso, as máquinas de venda automática estão a espalhar-se como cogumelos no Japão novamente, revela o The Guardian, com o comércio a apostar nesta alternativa para os clientes que ficam reticentes com a ida às lojas e preferem as compras sem contacto.

As máquinas oferecem imensa escolha, entre refeições com vários pratos e com direito a sobremesa e bebida. É agora praticamente impossível caminhar-se numa rua nas cidades japonesas sem que se aviste uma máquina na distância.

De acordo com a Associação de Produtores de Sistemas de Vendas do Japão, o número de máquinas chegou ao seu pico em 2000, quando existiam 5.6 milhões destes dispositivos no país – uma por cada 23 habitantes. O número tinha caído para pouco mais de quatro milhões no ano passado, mas o Japão continuava a ter o maior número de máquinas de venda automática per capita do mundo.

Para além da típica oferta de comida e bebidas, há outras escolhas mais inusitadas, como merchandising de séries de anime ou manga, roupa interior, escovas de dentes, produtos para a pele, figurinos, guarda-chuvas e, num sinal dos tempos, máscaras e testes à covid-19.

A Kenmin Foods é uma das empresas que recorreu ao serviço de clientes sem contacto para compensar as vendas perdidas durante a pandemia. A produtora de arroz e noodles instalou uma máquina de vendas automática em frente à sua sede em Setembro e conseguiu um retorno de 182 mil euros, mais do triplo do objectivo inicial.

Na cidade de Nagoya, três empresas também se juntaram para vender comida, incluindo pão e noodles instantâneos, que estejam perto do fim da data de validade em máquinas de venda automática, com um desconto de 50% no preço.

A Maruyama Seimen agora também vende noodles congelados e dumplings através deste método em 30 localizações e está a planear expandir esta oferta para 100 até Abril de 2023.

No pico da pandemia, mais de 10 mil embalagens por mês estavam a ser vendidas nas máquinas, enquanto que o comércio tradicional caiu um quinto, com a conveniência dos dispositivos a ser apontada como a principal razão para esta subida.

ZAP //

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