O partido mais votado entre a coligação de centro-direita em Itália escolherá o novo primeiro-ministro se a aliança vencer as próximas eleições, segundo um acordo estabelecido na quarta-feira entre as formações políticas.
Este entendimento, avançou o Público, deixa a líder da extrema-direita, Giorgia Meloni, bem colocada para assumir a chefia do Governo, após a demissão de Mario Draghi na semana passada.
A escolha de um candidato a primeiro-ministro tem gerado tensão dentro da aliança que reúne a Liga de Matteo Salvini, o Força Itália de Silvio Berlusconi e os Irmãos de Itália, de Meloni, que é atualmente o partido mais popular da coligação.
De acordo com a imprensa italiana, Berlusconi receia que a possibilidade de Meloni vir a ser a primeira-ministra afaste os eleitores mais moderados.
“A aliança irá propor ao Presidente da República um primeiro-ministro que seja indicado pelo partido com mais votos”, afirmaram os partidos de centro-direita através de um comunicado, divulgado após uma reunião entre os líderes. Caso vença, Meloni tem a possibilidade de indicar outra pessoa da aliança se assim o desejar.
O partido de Meloni obteve 4% nas eleições de 2018. Agora, as sondagens atribuem-lhe mais de 23%, o que faz do Irmãos de Itália o maior partido do país.
Ao abrigo da lei eleitoral, 36% dos parlamentares das duas câmaras legislativas são eleitos por listas uninominais, enquanto os restantes são escolhidos por representação proporcional através de listas partidárias separadas.