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Israel vai a votos. À direita (e nas ruas), nem todos querem Netanyahu ao leme

worldeconomicforum / Flickr

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

As quartas eleições dos últimos dois anos realizam-se na terça-feira. Benjamin Netanyahu é, mais uma vez, o favorito à sua própria sucessão.

Benjamin Netanyahu tem-se mantido ao leme e tudo indica que irá respirar de alívio depois do sufrágio de terça-feira. Apesar da instabilidade política e do julgamento por corrupção, o primeiro-ministro conseguiu colocar Israel nas bocas do mundo pela rapidez do processo de vacinação contra a covid-19 e espera ganhar com isso.

Até mesmo o bloqueio de Israel à vacinação dos palestinianos nos territó­rios ocupados tem servido para o primeiro-ministro em funções captar mais votos.

“Nesse sentido, Netanyahu tem sido bem-sucedido, ao passar a ideia de que Israel não é responsável pela administração da vacina a esta população, mesmo que esta decisão possa comprometer a imunidade de grupo, considerando a circulação diária de trabalhadores palestinianos”, disse Marta Silva, investigadora na área dos estudos da sociedade israelita, ao Expresso.

Apesar disso, o aumento do custo de vida e o desemprego, dois problemas estruturais que afetam o quotidiano dos israelitas, podem pesar na hora do voto.

As sondagens revelam que o Likud, o partido do primeiro-ministro, vai ser o mais votado entre as 39 formações.

Ainda que os partidos à direita (que inclui a direita tradicional, a nacionalista, a extrema-direita e os religiosos ultraortodoxos) tenham garantida uma maioria de votos confortável, o semanário avança que nem todos aceitam que Netanyahu continue ao leme do país.

O Yisrael Beiteinu (nacionalista secular) não aceita a colagem de Netanyahu às formações religiosas, assim como o Nova Esperança, um partido que é novidade nestas eleições e que resulta de uma cisão no seio do Likud. Foi fundado, em dezembro passado, por Gideon Sa’ar, antigo ministro de Netanyahu.

No sábado, milhares de israelitas saíram à rua, em Jerusalém, para exigir a demissão do primeiro-ministro israelita, uma manifestação que, segundo o Público, foi considerada a maior do ano. O Times of Israel diz que marcaram presença mais de 20 mil pessoas, enquanto que os organizadores da marcha falam em 50 mil.

As eleições antecipadas de terça-feira serão as quartas no espaço de dois anos. Foram convocadas depois de o Governo de coligação entre o Likudu e o partido Azul e Branco, de Benjamin Gantz, se terem desentendido, não conseguindo votos para fazer passar o Orçamento no Knesset (Parlamento).

Liliana Malainho, ZAP //

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