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Israel enfrenta protestos violentos após jovem etíope ter sido morto por polícia

Abir Sultan / EPA

Funeral do adolescente israelita de origem etíope Salamon Taka, que morreu num tiroteio policial

A comunidade etíope em Israel está a tomar conta das ruas há vários dias, em protesto contra a morte de um jovem de 18 anos, assassinado a tiro por um polícia.

Segundo o New York Times, Solomon Tekah chegou a Israel há sete anos, juntamente com a família. Na noite de domingo passado, o jovem de 18 anos estava com amigos no exterior de um centro juvenil, em Haifa, quando uma briga, na qual alegadamente esteve envolvido, fez com que um polícia, que estava fora de serviço e que se encontrava com a esposa e os filhos no local, decidisse intervir.

O agente disse que os jovens começaram a atirar-lhe pedras, fazendo-o sentir-se em perigo. Foi esta a razão apontada para ter puxado da arma e ter começado a dar tiros no chão, fazendo com que uma das balas atingisse Tekah, matando-o de seguida. Os amigos do rapaz contrapõem que estavam apenas a tentar afastar-se do polícia, que começou a assediá-los.

De acordo com o jornal norte-americano, o agente está a ser investigado pelo Ministério da Justiça e a sua rápida passagem para prisão domiciliária fez com que a revolta da comunidade etíope em Israel inflamasse ainda mais.

Os etíopes estão há vários dias em protesto em Tel Aviv e noutras cidades israelitas, tendo bloqueado as ruas e parado o trânsito nas horas de maior tráfego. Na terça-feira à noite, os protestos atingiram contornos violentos, com os manifestantes a atirarem pedras à polícia e a incendiarem carros.

A polícia disparou granadas de atordoamento, gás lacrimogéneo e balas de esponja, levando os manifestantes a acusá-los ainda mais da brutalidade policial pela qual haviam protestado em primeiro lugar. Dezenas de pessoas ficaram feridas, entre manifestantes e agentes da autoridade, e muitos ativistas foram detidos.

Esta não é a primeira vez que os etíopes saem à rua. Em 2015, a mesma comunidade também mostrou a sua revolta depois de ter sido divulgado um vídeo que mostrava um soldado a ser agredido por dois polícias israelitas quando regressava a casa.

Também na década de 90, os imigrantes etíopes se insurgiram contra Israel, quando surgiram relatos de que as autoridades estavam secretamente a deitar fora o sangue que tinham doado por medo de que estivesse contaminado com o vírus do HIV.

ZAP //

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