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Israel pede ao exército para se preparar para anexar Cisjordânia

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O ministro da Defesa de Israel pediu esta segunda-feira ao exército para se preparar para a anexação de partes da Cisjordânia ocupada, medida que é vista como uma aparente antecipação ao que poderão ser as reações palestinianas.

A declaração de Benny Gantz foi proferida depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter analisado esta segunda-feira a eventual anexação com Jared Kushner, conselheiro e genro do Presidente norte-americano, Donald Trump, autor do plano da Casa Branca para o Médio Oriente que favorece largamente Israel.

Na declaração, Gantz, sem mais pormenores, pediu aos militares para acelerarem a preparação para a anexação e ao chefe das forças armadas israelitas para que o faça “antes dos passos políticos na agenda da questão palestiniana”.

Além dos protestos palestinianos e regionais a que qualquer passo nessa direção poderá desencadear, a medida de Gantz poderá também vir a pôr em causa os laços de Israel com os Estados do Golfo Árabe.

Um desses países, os Emirados Árabes Unidos (EAU), pediu esta segunda-feira a Israel para cancelar o plano para a anexar partes da Cisjordânia ocupada, adicionando uma longa lista de Estados que condenaram já a previsível movimentação israelita.

O ministro de Estado e dos Negócios estrangeiros dos EAU, Anwar Gargash, publicou esta segunda-feira na rede social Twitter uma mensagem em que advertiu que uma anexação dos territórios ocupados pelos palestinianos “vai prejudicar a possibilidade de uma paz regional”.

“Qualquer movimentação unilateral de Israel será um sério revés para o processo de paz”, disse, acrescentando que uma anexação “constituirá uma rejeição ao consenso árabe e internacional em torno da paz e da estabilidade”.

Na sequência do plano para o Médio Oriente apresentado por Trump, o primeiro-ministro israelita disse que iria anexar parte da Cisjordânia, incluindo o estratégico Vale do Jordão e dezenas de colonatos judeus, movimentação que, segundo Netanyahu, começará em julho.

O plano norte-americano prevê deixar cerca de um terço da Cisjordânia, de que Israel se apoderou em 1967, sob permanente controlo israelita, garantindo aos palestinianos a expansão da autonomia no restante território.

Os palestinianos, que pretendem manter toda a Cisjordânia como parte de um Estado independente, rejeitaram o plano de Trump, considerando que beneficia “injustamente” Israel.

O plano de anexação provocou uma onda de críticas da comunidade internacional, mesmo de alguns dos mais próximos aliados de Israel, que defendem que qualquer alteração ao mapa no Médio Oriente destruirá as já poucas esperanças de criação de um Estado palestiniano e de um acordo de paz.

Os EAU estão entre os países do Golfo Árabe que não têm relações diplomáticas oficiais com Israel, funcionando, porém, nos bastidores com grande atividade.

Aguarda-se que este grupo de países possa desempenhar um papel fundamental numa potencial iniciativa de paz de Trump para a região.

A Arábia Saudita, outro país árabe influente, anunciou recentemente a “rejeição” ao plano de anexação israelita. A Jordânia e o Egito, os dois únicos países com acordos de paz formais com Israel, também condenaram o plano.

Os palestinianos afirmaram recentemente que já não se sentem obrigados a honrar os acordos assinados no passado com Israel e suspenderam a cooperação securitária como forma de protesto contra a anexação.

// Lusa

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