Ex-espião israelita acredita que “se for preciso aprisionar certos familiares de reféns para os silenciar, que assim seja”, de modo a evitar pressão pública sobre um acordo com Hamas.
O ex-espião israelita Jonathan Pollard afirmou que Israel deve silenciar as famílias de reféns detidos pelo Hamas e, se necessário, proceder à sua detenção e aprisionamento para evitar pressão pública sobre um eventual acordo com o grupo terrorista Hamas.
Num vídeo partilhado pelo Channel 14, Pollard começa por dizer que quando Israel declarou guerra, “a primeira coisa que o governo devia ter feito devia ter sido declarar estado de emergência”, em videochamada com o rabino David Bar-Hayim do Instituto Shilo, segundo o The Times of Israel.
💥Freed spy Jonathan Pollard says families of Israeli hostages should have been jailed to shut them up and posters of the captives should never have been hung so as to allow Israel a free hand in prosecuting this war. pic.twitter.com/vxC9yk3dE3
— Noga Tarnopolsky נגה טרנופולסקי نوغا ترنوبولسكي💙 (@NTarnopolsky) November 23, 2023
Depois, vira-se contra as famílias dos reféns. “[O Governo] devia ter dito a todas as famílias dos reféns, ‘Vão manter a boca calada, ou calamo-la por vocês. Não vão interferir na gestão desta guerra. Não vão ser usados pela comunidade internacional ou pelos nossos esquerdistas, que elaboraram o acordo Shalit como uma arma contra nós'”, disse, referindo-se ao acordo de 2011 em que 1028 palestinianosforam trocados por um só soldado das Forças de Defesa Israelitas (IDF) raptado.
O antigo analista de inteligência dos EUA, condenado por espionar a favor de Israel, chega a pedir prisão para os familiares das vítimas de rapto.
“Se for preciso aprisionar para silenciar certos familiares de reféns, que assim seja”, disse, sublinhando que Israel está “em estado de guerra”.
Pollard acrescenta que “estava totalmente contra a divulgação de todos estes cartazes dos sequestrados, com as fotos das pobres pessoas que foram raptadas”, porque “cada um deles foi um dardo envenenado” contra a capacidade de Israel “travar uma guerra total contra os seus inimigos”.
Nascido em 1954, Pollard foi preso em 1985 e condenado em 1987 a prisão perpétua por vender segredos militares aos israelitas enquanto trabalhava como analista de inteligência naval dos EUA. O seu caso gerou controvérsia e tensão nas relações entre os EUA e Israel — alguns viam-no como um traidor; outros como um herói.
A sua pena foi comutada pelo presidente dos EUA Bill Clinton em 1995, mas Pollard permaneceu na cadeia. Em 2015, foi libertado em liberdade condicional após cumprir 30 anos de prisão. Regressou a Israel em 2020.
Guerra no Médio Oriente
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