Israel bombardeia Beirute e mata comandante do Hezbollah

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Wadel Hamzeh / EPA

Ataque direcionado confirmado por Israel. O objetivo era matar Fouad Chokr, que terá ordenado ataque que matou 12 crianças.

As Forças Armadas de Israel (IDF) confirmaram nesta terça-feira ter realizado um “ataque direcionado” em Beirute, capital do Líbano, visando o comandante do grupo xiita libanês Hezbollah alegadamente responsável por um ataque contra território israelita em que morreram 12 crianças.

“As IDF realizaram um ataque direcionado contra o comandante responsável pelo assassínio das crianças em Majdal Shams (norte de Israel) e pela morte de muitos outros civis israelitas”, refere comunicado das IDF, remetendo para mais tarde informações adicionais.

Fontes locais citadas pelas agências internacionais no Líbano relataram uma explosão nos subúrbios a sul de Beirute conhecidos como Dahye, um importante bastião do Hezbollah.

Uma fonte próxima do Hezbollah noticiou este ataque israelita, três dias depois de um ataque mortal nos Montes Golãs, atribuído ao grupo xiita libanês.

“Israel atacou os subúrbios a sul de Beirute”, disse uma fonte do movimento xiita, enquanto as agências noticiosas internacionais relatam depoimentos de testemunhas que ouviram um forte estrondo e uma nuvem de fumo.

Horas depois, Israel reivindicou a morte de Fouad Chokr, o “líder militar de mais alta patente” do Hezbollah e conselheiro próximo do líder do grupo xiita libanês, Hasan Nasrallah.

“Numa operação de assassinato seletivo, caças atacaram Beirute, matando Fouad Chokr “Sayyid Muhsan”, o comandante militar de mais alta patente da organização terrorista Hezbollah e responsável pela formação estratégica da organização”, confirmou o Exército israelita, em comunicado.

Fonte do Hezbollah tinha adiantado à agência France-Presse (AFP) que Fouad Chokr, comandante militar alvo do ataque israelita, tinha sobrevivido ao ataque.

Do lado de Israel, um comunicado militar assegura que nada se alterou em relação ao plano israelita face ao Hezbollah.

“Não há alterações nas diretivas do comando central”, afirma um comunicado militar israelita sobre o ataque em Beirute, dirigido a um comandante do Hezbollah, cuja identidade não foi revelada.

Israel prometeu responder “duramente” a este ataque provocado pelo impacto de um ‘rocket’ carregado com 50 quilos de explosivos – fabricado no Irão e que só aparece no arsenal do Hezbollah, segundo Israel.

Perfil de Fuad Chokr

As autoridades israelitas responsabilizam Fouad Chokr pela morte de doze crianças, no sábado, num ataque com ‘rockets’, atribuído ao Hezbollah, na cidade drusa de Majdal Shams, nos Montes Golas ocupados por Israel, bem como pelo “assassinato de muitos cidadãos israelitas e estrangeiros ao longo dos anos”.

“Serviu como braço direito e conselheiro em planeamento e gestão de guerra do secretário-geral da organização terrorista Hezbollah, Hasan Nasrallah”, acrescentou o Exército.

Considerado o “chefe de estado-maior” do grupo, era responsável pelo arsenal de armas mais avançado do Hezbollah, especialmente mísseis de precisão, mísseis de cruzeiro, mísseis costeiros, ‘rockets’ de longo alcance e veículos aéreos não tripulados (drones) e foi responsável pelo planeamento de ataques contra Israel, segundo o Exército.

Trabalhava no Hezbollah quase 40 anos e participou no planeamento e execução do ataque à Marinha dos EUA em Beirute, a 23 de outubro de 1983, que resultou na morte de 241 soldados norte-americanos.

Desde então aparece na lista dos mais procurados do Departamento de Estado norte-americano, que ofereceu 5 milhões de dólares por informações sobre o seu paradeiro.

Ingressou no Hezbollah em 1985 e desde então ocupou vários cargos importantes na organização, incluindo no Conselho da Jihad, o principal fórum militar do grupo.

Na década de 1990, segundo Israel, promoveu “ataques terroristas” contra as Forças de Defesa de Israel e o Exército do Sul do Líbano (pró-Israel), e em 2000 esteve diretamente envolvido no sequestro dos corpos dos três soldados israelitas mortos por Hezbollah enquanto patrulhava a fronteira.

(artigo actualizado)

ZAP // Lusa

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