A Unitel da empresária angolana Isabel dos Santos rejeita peremptoriamente os planos do BPI para a cisão de activos em África e acena com uma oferta de 140 milhões de euros para tomar conta da filial do Banco português em Angola.
Num comunicado muito crítico para com a administração do BPI, divulgado pelo site Dinheiro Vivo, a Unitel recusa de forma “definitiva” a possibilidade de cisão dos activos do Banco em África.
Esta medida surge no âmbito das normas do Banco Central Europeu no capítulo do limite de exposição a grandes riscos.
Deste modo, o BPI apresenta como solução a cisão dos seus negócios em África, designadamente em Moçambique e em Angola – onde o Banco liderado por Fernando Ulrich detém 51,1% do Banco de Fomento de Angola (BFA), enquanto a Unitel de Isabel dos Santos detém 49,9%.
A empresária é contra esta cisão e apresenta, em alternativa, uma proposta de aquisição de 10% da participação do BPI no BFA por 140 milhões de euros.
Isabel dos Santos visa assim, passar a dominar o BFA e dá à administração do BPI um mês para aceitar ou não a sua oferta.
Dados que constam do comunicado da Unitel, empresa que é a segundo maior accionista do BPI com 18,9% das acções, onde se salienta a rejeição absoluta à cisão de activos.
“Esta posição de não aceitação da solução proposta não está condicionada a qualquer negociação, sendo final e definitiva”, frisa-se no documento citado pelo Dinheiro Vivo.
Lamentando que “teve informação sobre o que se passava pelos jornais”, a empresa detida em 25% por Isabel dos Santos sustenta ainda que é “desrespeitoso que o Banco BPI, tendo um processo em curso com a Unitel, tenha decidido abandonar esse processo aprovando a solução que sabe não ser aceite pelo seu parceiro no BFA”.
Uma referência que diz respeito ao facto de a cisão de activos ter já sido rejeitada anteriormente pela empresa angolana.
ZAP